segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sussurro

"Cala,
Ouve o silêncio
Ouve o silêncio
Que nos fala tristemente
Desse amor que não podemos ter

Não, fala,
Fala baixinho
Diz bem de leve um segredo
Um verso de esperança em nosso amor

Não, oh, meu amor!
Canta a beleza de viver!
Saúda o sol e a alegria de amar
Em nossa grande solidão."

Walking away

"At some point you will realize that you have done too much for someone or something, that the only next possible step to do is to stop. Leave them alone. Walk away. It’s not like you’re giving up, and it’s not like you shouldn’t try. It’s just that you have to draw the line of determination from desperation. What is truly yours would eventually be yours, and what is not, no matter how hard you try, will never be."

domingo, 30 de janeiro de 2011

Amigas

"Já chamei pessoas próximas de 'amigo' e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim."
"Com uma amiga chegamos a um tal ponto de simplicidade ou liberdade que às vezes eu telefono e ela responde: não estou com vontade de falar. Então digo até logo e vou fazer outra coisa."
"Eu disse a uma amiga:
— A vida sempre superexigiu de mim.
Ela disse:
— Mas lembre-se de que você também superexige da vida.
— Sim.”
OBRIGADA PELO CARINHO! AMO TODAS VOCÊS!
"Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei, nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos atrás."

sábado, 29 de janeiro de 2011

TPM

Diretamente da blogosfera para o mundo real!
Ensaiamos, ensaiamos e finalmente o encontro saiu!
Passei hoje uma deliciosa tarde com a Andréa!
Como esse mundo é pequeno!
Amiga, o teu ap é muito gostoso,
teus filhos são um doce e o nosso papo...
bem... renderá ainda mais algumas tardes e acho que sempre sentiremos que foi pouco tempo!
Adorei!

P.S.: Teu livro será devorado... postagens em breve! rs

O dia que Júpiter encontrou Saturno

"- Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
- Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
- Vou te escrever carta e não mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
- Vou ver Júpiter e me lembrar de você.
- Vou ver Saturno e me lembrar de você.
- Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
- O tempo não existe.
- O tempo existe, sim, e devora.
- Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
- Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
- E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros."

(em Morangos Mofados, p. 128-129)
"Ela deslizou a mão para dentro da mão dele. Ele puxou com a ponta dos dedos uma mecha de cabelo que caía sobre o olho dela. Ela sentiu o desejo subindo pelo estômago até a boca que grudou na dele. Era uma onda. Um tumulto. Sua boca roçando de leve a orelha dele. Os ombros. A parte interna dos braços. Vê-lo estremecer. Senti-lo estremecer e deixar o toque ainda mais sutil para que o estremecimento fosse ainda maior. Tocá-lo com os lábios e com a língua sobre as costelas, contar as costelas com o hálito e com a ponta dos dentes, tocá-lo com a língua na curva da cintura, na barriga, sentir o roçar dos pêlos que cresciam em volta do umbigo. [...]"

(em Rakushisha, p. 109)
"Levai-me por onde quiseres.
Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar
e a voltar sempre inteira."

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Não sei


"Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar."

Colo

"Às vezes não perguntar é curar. Quando a mulher que ama chega em casa abalada e desconsolada, a primeira reação é questionar: "o que aconteceu?"
Mas não aconteceu nada que possa ser resumido, explicado, esclarecido.
Nâo ocorreu um acidente, um terremoto, uma notícia; as vítimas são apenas sentimentos desarrumados e confusos.
E diante da falta de resposta já se pressupõe uma traição, uma ofensa...
Não percebe que ela está precisando somente de seu silêncio. É tão difícil doar silêncio...
É isso que ela pede, algo mínimo, algo discreto, algo despretensioso: o silêncio da lealdade. A fé. A quietude da segurança.
Que não fale nada, que não julgue, que não duvide, pois ela está cansada de ser abreviada, atalhada, sentenciada, concluída.
Está farta de que falem por ela.
Está farta de lutar para se defender, para ser compreendida, de começar de novo, quem não fica?
Que a receba em seu colo e dedique horas a fio beijando-lhe os olhos, dando voltas nas quadras de seus cabelos, consolando-lhe a pele.
Que a sua curiosidade não estrague a comoção.
Não dê ouvidos para a tristeza, dê ouvidos para os barulhos da casa. Os barulhos da casa cicatrizam qualquer ferida.
Não chamar atenção para si é um modo de estar presente nessas horas.
Ao acordar, ela não perguntará nada. Devolverá a boca, agradecida. E o abraçará como se tivessem conversado a noite toda sobre os problemas.
Na verdade, conversaram sem a arrogância das palavras."

(em O Amor Esquece de Começar, p. 174-175).

Os teus pés

"Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem."

Sob os escombros

Sentia, há meses, que algo não ia bem. Insistiu, tentou aproximar-se, mas algo os separava.
Depois de tanto tempo juntos ele teria a dignidade de lhe falar?! Ela perguntou e nada.
Por que ele sempre mentia?! Por que não se rendia e se mostrava arrependido, se era esse o caso?! Ela pensava ser o mínimo que merecia.
Por isso foi digna. Com a crise instaurada ele passou a julgá-la impiedosamente. Deu-lhe lições de moral que nunca esperou ouvir. Logo a ela!
Depois veio a saber por outras bocas o que de fato estava acontecendo muitos meses antes do limite a que tinham chegado. Naquele dia sentiu-se ridícula, otária, uma completa idiota, tudo o que antes pensava serem as mulheres que vasculhavam celulares e bolsos de ternos.
De onde vinha tanto falso-moralismo?! Com quem conviveu todos esses anos?!
Quanto mais pensava nisso, menos conseguia acreditar. Simplesmente não se conformava.
Tinham um ao outro e se perderam?! Será que tinham?!
A confrontação seria inevitável. Eram muitos sentimentos já amalgamados, fundidos, outros tantos confundidos.
E choraram e ponderaram e gritaram e argumentaram e agrediram-se de quase todas as formas possíveis. Tinham passado uma vida juntos e tudo acabaria naquela cena almodovariana.
Ela sentia esgotadas todas as forças. Não havia absolutamente mais nada que pudesse fazer. Nem falar.
Pela segunda vez levantou armas para proteger-se dele e do mal que lhe causava. Terceira não haveria.
Acabou por mandá-lo embora.
O jeito impassível que forjou no rosto para se obrigar a levantar e seguir não denunciava a luta que se travava dentro dela.
Por vezes lembrava dele com nojo, um ódio, uma ânsia, que parecia que ia explodir.
Em seguida a dor veio forte. Lancinante. Uma tristeza tão avassaladora, que chegava a ser física, a ponto de apertar o peito.
Finalmente foi assombrada pelo desprezo, a falta de vontade, a total ausência de sentimentos.
E depois de tantos anos, percebeu-se só. Não soube o que fazer durante muitos meses.
Então lhe ocorreu que a primeira providência a ser tomada era organizar a bagunça esquecida dentro de si mesma... e eram tantos os escombros que, para dar conta, tornou a se fechar.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"O que diz este jazz que é improviso? diz braços enovelados em pernas e as chamas subindo e eu passiva como uma carne que é devorada pelo adunco agudo de uma águia que irrompe seu vôo cego. Expresso a mim e a ti os meus desejos mais ocultos e consigo com as palavras uma orgíaca beleza confusa. Estremeço de prazer por entre a novidade de usar palavras que formam imenso matagal. Luto por conquistar mais profundamente minha liberdade de sensações e pensamentos, sem nenhum sentido utilitário: sou sozinha, eu e minha liberdade."

(em Água Viva, p. 23)

Os dias vão

"Os dias vão como as ondas e os cantos,
seu loiro vento e seus profundos verdes pelas horas mutantes.
Num deles fica uma baía, em outro
um pânico de estrelas ou golfinhos,
enquanto um tempo novo e sigiloso
com noites de variado meridiano
filtra suas cordas pálidas pelos compartimentos
e se mistura no vinho que bebemos.
Uma viagem, oh doce pena na raiz do corpo
que brinca consigo mesmo de ser igual, constante,
e de acordar todo dia diferente, sob céus novíssimos."

(em Papéis Inesperados, p. 475)

Muita gente ao mesmo tempo...

"Somos múltiplas, vivemos de forma muito mais intensa e com mais expectativas. Até nossos orgasmos podem ser múltiplos. Já os homens são educados para não esperar que o amor seja eterno. Como não esperam muito, não têm tantas ilusões. São mais tristes nesse sentido. Viver sem esperanças loucas é muito triste. Essa vivência mais intensa dá às mulheres a capacidade de se colocar no lugar do outro. Somos mais gente, mas, por isso mesmo, temos às vezes dificuldade de identificar nossas próprias necessidades."

(retirado da revista Lola Magazine, de janeiro de 2011, p. 70).

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O que é o que é?!

Química é o que ocorre quando o beijo sinaliza que o corpo vai se entregar inevitavelmente.
Entrega é a ausência total de resistência ao que obviamente vai acontecer no calor da urgência.
Urgência é o que faz com que os corpos queiram se tocar mais rapidamente do que o esperado.
Espera é algo incompatível com tesão.
Tesão é a vontade de testar a química entre os corpos mais uma vez...
E outra...
Outra...
Se for por amor ou ele finalmente chegar, melhor ainda!
Mas amor não me atrevo a definir!

Cumplicidade

"Ficar com alguém sem ter
uma relação profunda de cumplicidade
é a coisa mais solitária que existe."

(na Lola Magazine, de janeiro de 2011, p. 71)

Despedidas

Havia se arriscado demais. Tinha tomado mais iniciativas do que deveria. Foi ousada.
Sabia o porquê. Por causa dele. Da certeza de que já tinham estado juntos. Não sabia onde, nem quando ou como.
Alguns momentos demandam técnicas racionais, outros carecem de transgressões emocionais. E sabia o que haviam se permitido.
A simples constatação quando finalmente o sentiu, quase lhe tirou a eloquência.
A comunhão é facilmente perceptível aos atentos.

Ocorre que o tempo pode ser um grande inimigo.
Tudo o que a prendia, segurava e continha, não seria desatado em algumas horas. Não conseguiria transpor tão facilmente a frieza que há muito estava se impondo nos relacionamentos. E intimidade física não demanda o encurtamento da distância que protege o coração.
Mesmo assim foi intenso... e pôde sentir novamente a felicidade que essa vibração é capaz de proporcionar...

Depois do pedido para que não calasse, viu-se falando e rindo, a despeito de perceber por dentro a mais absoluta desordem de sentimentos. E era justamente sobre isso que queria falar: de si, dele, das angústias, do tesão, de paixão, das dores, do arrebatamento, do sofrimento, de prazer. Mas ele mantinha idêntica distância: respeitosa e estratégica. Entoavam o mesmo mantra.

Ela também já tinha passado pela experiência de deixar que um homem a visse chorar na despedida e sofreu por ter se permitido. Não foi fácil constatar que os homens se sentem responsáveis ao ver uma mulher chorar; que ficam perdidos, sem saber o que fazer, porque não querem responsabilidades; querem fugir; desapegar. Por essa razão tinha prometido a si mesma que não o faria novamente. Sabia o quanto se libertar naquele momento poderia ser determinante. Não o conhecia o suficiente, pois assim também não lhe fora permitido, então preferiu não arriscar.

No derradeiro momento controlou-se, embora tivesse certeza absoluta de que se ele permanecesse ali, por mais um minuto que fosse, não conseguiria conter as lágrimas.
Quando enfim ele se foi, o peito cogitou outras possibilidades... mas era tarde... havia perdido para sempre a chance de sentir a leveza das mãos dele enxugando-lhe as lágrimas que finalmente permitiu correrem, sem medo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ser mulher

Ei, chega! Já sabemos do quanto somos capazes.
Não precisamos provar mais nada a ninguém,
basta que não nos deixemos oprimir,
nunca mais e por quem quer que seja.
Então pare de se assoberbar e querer dar conta de tudo,
afaste o stress, a culpa de deixar sempre algo de lado...
acalme o passo... tranquilize o espírito... ouça o coração...
Canalize suas energias ao que realmente interessa e se dedique!
Afinal, o que querem os homens?!

O amor move o mundo

“[...]
O amor é muito mais exigente do que a paixão efêmera: ele pressupõe a construção de duas vidas a partir de uma simples troca de olhares, que é como tudo geralmente começa. Enquanto a paixão se esgota em si mesma e não está interessada no amanhã, o amor é ambicioso, se pretende eterno e, para pavimentar essa eternidade, não mede esforços. Duas pessoas que nunca se imaginaram juntas de repente atendem a um chamado interno do coração e investem nessa união de olhos abertos (a paixão geralmente é vivida de olhos fechados, concorda?). O amor é uma loucura disfarçada de sanidade. O amor é uma loucura sem volta. Não fosse uma loucura, o amor não seria o que é: lírico e profundo, rebelde e transformador. Amar é a transgressão maior. É quando rompemos com a nossa solidão para inaugurar uma vida compartilhada e, portanto, inédita.
Só mesmo a loucura inclassificável do amor para fazer as pessoas criarem trigêmeos, trocarem de sobrenome, dividirem o mesmo banheiro, relacionarem-se com a família do outro e acharem tudo isso normal e inebriante. O amor move o mundo porque nos faz tomar decisões radicais, mudar de país, reinventar a rotina, comprar imóveis, perpetuar a espécie e, diferentemente da paixão, que se agarra ao presente, nos faz planejar um futuro. A vida só está em movimento porque o amor é andarilho e inquieto. Se ele pára, é porque deixou de ser amor. Cessa a evolução, a mudança, o crescimento.
[...]
O mundo deixa de se mover. Mais ainda: poderíamos dizer que o amor é um processo salutar de autodesconhecimento. Você nunca conviveu com a pessoa que começou a amar, portanto você precisa conhecê-la, e ela a você. Diante dessa página em branco, somos obrigados a nos passar a limpo, e para isso é preciso desconsiderar todas as nossas certezas absolutas cultivadas até então e abrir-se para a formação de uma nova identidade. Poucas coisas nos reciclam tanto. O autoconhecimento, o.k., nos dá respostas seguras sobre nós mesmos, mas segurança demais pode nos paralisar. O autodesconhecimento é que nos empurra para a frente.
A ânsia do amor, a dúvida do amor, a incerteza do amor, a dor do amor: uma ameaça, mas ao mesmo tempo um desafio. Se não estivermos sentindo nada, o que nos fará levantar da cama toda manhã? O piloto automático, nada mais.
Mesmo com o amor desprestigiado, lá no fundo sabemos que tudo o que somos devemos a ele, o amor vivido e também o amor que nos foi negado. E aí amplio o universo do amor, não falo apenas do amor romântico, mas do amor familiar, do amor religioso, do amor entre amigos. É o único combustível capaz de justificar nossa existência, já que dinheiro e poder, que tanto se almejam, continuam deixando um buraco na alma, um vazio que nada preenche.
[...]
O.k., mas e quem não teve a sorte de encontrar um parceiro à altura? Todos tivemos nossas chances. Alguns, uma única, mas a maioria de nós teve várias oportunidades, diversos amores. Amores curtos, mas inesquecíveis. Amores tumultuados, mas que geraram filhos. Amores que naufragaram, mas que nos amadureceram. Amores duradouros, que ainda não acabaram. Todos eles nos incentivando a continuar a procurar, a continuar a tentar, porque quem diz que nunca mais quer amar mente, mesmo que não saiba. Mente. Sem amor, somos tensos. Com amor, somos intensos.
[...].”

(Disponível em: http://claudia.abril.com.br/materias/2299/?sh=26&cnl=12. Acesso em 26.01.2011).

Selos

Amáveis presentes dos blogs:


da nossa Bela Borboleta


e do ousado FilipeSan


Obrigada aos dois pelo carinho!!!

O que eu gosto do teu corpo...

"O que eu gosto do teu corpo é o sexo.
O que eu gosto do teu sexo é a boca.
O que eu gosto da tua boca é a língua.
O que eu gosto da tua língua é a palavra."

(em Papéis Inesperados, p. 484)
"A nudez apazigua porque o corpo é inocente [...]."

(em A Duração do Dia, p. 15)

Deixa isso pra lá!

"Vem!

Deixa que digam
Que pensem, que falem

Deixa isso prá lá
Vem prá cá
O que é que tem?

Não tô fazendo nada...
Você também..."

(Jair Rodrigues)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

De nada adianta sair por aí procurando, às cegas, um grande amor. Procures por ti. Viva, faça tuas escolhas, assuma as tuas lutas, trilhe teu caminho e siga em frente. Quando menos esperares, ele aparecerá durante o trajeto... e passará a caminhar contigo, sem exigir grandes renúncias, sacrifícios insuportáveis, escolhas difíceis ou sofrimentos desnecessários.

Melancolia

"Estou melancólica.
É de manhã.
Mas conheço o segredo das manhãs puras.
E descanso na melancolia."

(em Água Viva, p. 50)

Jorge Pontual entrevista Slavoj Žižek

“Ameo-o incondicionalmente ou odeie-o até a morte”. Foi assim que Slavoj Žižek (o Z com um pequeno V em cima tem som de “J”) foi descrito pela imprensa da Eslovênia, parte da antiga república da Iugoslávia. O filósofo, sociólogo e teórico crítico é considerado, hoje, o pensador mais revolucionário e polêmico entre os acadêmicos europeus e norte-americanos. E odiado tanto pela direita quanto pela esquerda mundial.
Algumas pistas: Žižek é marxista ferrenho, porém mais próximo de Groucho Marx do que de Karl Marx. É comunista, mas acredita em Jesus e prega um cristianismo sem a figura opressora de Deus.
Tornou-se o queridinho da juventude universitária em todo o mundo ao utilizar a paixão pelo cinema para atacar Hollywood e os EUA (“James Cameron é o cara mais perigoso que eu conheço! Odeio Oliver Stone! David Lynch é uma piada! O problema não foi os nazistas queimarem livros, eles queimaram tanto os bons quanto os ruins. Nós deveríamos, por exemplo, queimar todas as cópias de ‘Noviça Rebelde’!”). Tem mais de 50 livros publicados e suas palestras mundo a fora são disputadíssimas e superlotadas.
O correspondente Jorge Pontual gravou um Milênio Especial com Slavoj Žižek que será exibido em duas partes.
No primeiro programa (dia 24/01 às 23h30) Žižek analisa as relações entre os Estados e defende que os protestos anticapitalistas, os movimentos ecológicos, os fundamentalistas de qualquer religião, as redes terroristas… tudo, absolutamente todas essas manifestações sociais estão, na verdade, reforçando um mergulho cada vez mais sem volta para um mundo do capitalismo selvagem, onde as relações financeiras é que contam.
No segundo programa (dia 31/01) Žižek se concentra em sua maior paixão: o cinema! Considerado por ele como a “arte suprema”, analisar como o cinema relfete, até sem querer, uma série de ideologias e perversões da sociedade que representa. Crítico ácido e ferrenho de Hollywood, Žižek não se acanha em criticar (e demolir) James Cameron, Oliver Stone, Francis Lawrence, e até mesmo Robert Wise (diretor de “A Noviça Rebelde”). Só se salvam Alfred Hitchcock e Robert Altman."

Mulher sem Razão, por Adriana Calcanhoto


"Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou
Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio
Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dá um pouco de atenção
Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão
Nosso tempo é bom
Temos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto
Na escuridão do quarto"

Composição: Cazuza, Dé e Bebel Gilberto.

BBeleza

Depois dizem que não há nu artístico.
Além de artístico, atemporal.
Isso é que é mulher linda!

Primeiro ensaio nu de BB, em junho de 1962, por Jean-Claude Sauer.

A Última Música

Na minha incessante curiosidade em saber do que é feito um "best seller", dessa vez não me dei ao trabalho de ler, mas de assistir.
Mein Gott!!!
Ok, ok, já saí da adolescência. Aliás, única época da minha vida em que um "best seller" me atraiu. Aliás do aliás, um não, vários. De Sidney Sheldon (aliás, pra quem não sabe, ele foi o criador de Jeannie é um Gênio - sim, aquela 'gênia' que saia de rosa, toda sexy para o Tenente Nelson, de dentro de uma charmosa garrafinha de licor e divertia nossas tardes com um delicioso humor nonsense) a Ágatha Cristie (os adolescentes não a lêem mais?!).
Talvez mais por eu ser uma leitora voraz, porque os best sellers simplesmente permeavam clássicos como El Cid, Os Inocentes, ...E o vento levou (sim, eu não só assisti, como li e amei!), Otelo, A Tempestade, Muito Barulho por Nada, O Morro dos Ventos Uivantes, Dom Quixote, Ella, Cândido, A Metamorfose, O Processo, etc, etc... pois, de fato, nunca fui atraída por um livro simplesmente por figurar na lista dos mais vendidos - à exceção de Paulo Coelho, que sempre dividiu tanto a crítica que me obriguei a ler para poder falar com conhecimento de causa (já fiz cada coisa nessa vida!)
Enfim... voltando ao filme baseado no livro de Nicholas Sparks: a história é feita de uma sucessão de clichês. Uma adolescente vive com dificuldade o divórcio dos pais e não se conforma com o fato de o pai ir morar longe. Ao passar o verão com ele, forçada pela mãe, encontra o primeiro amor (naquele velho estilo: revoltada-durona-não-dá-bola-pra-bonitão-rico-e-infeliz), e descobre que ama o pai, que está com uma doença terminal. Bah! Deu pra sentir o nível?! POFT!
Some-se a esse enredo pra lá de 'inédito', a atuação sofrível de Greg Kinnear, que, penso eu, nunca mais terá a oportunidade (se é que se pode usar essa palavra) de fazer algo melhor que o papel em Pequena Miss Sunshine - esse, sim, imbatível! - e a de Miley Cyrus, que deveria se limitar a cantar - e olhe lá! -, pois cantora se arriscando como atriz - ressalvo aqui Barbra Streissand, J-Lo e Queen Latifah -, geralmente não dá certo.
A conclusão é de que, além de erroneamente se pressupor um best seller como bom livro, o auge da pretensão é achar que um filme baseado em um best seller pode ser feito sem o menor cuidado que se tornará também um sucesso.
Ambas as premissas não são verdadeiras. Logo, não percam tempo!

domingo, 23 de janeiro de 2011

"O que os olhos não vêem,
o coração não sente..."

Assombros

"Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.

Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.
Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro."

sábado, 22 de janeiro de 2011

"Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva pra Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo bem."
"Mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia, ela pára e pede, preciso tanto tanto tanto, cara, eles não me permitiram ser a coisa boa que eu era."

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mil faces

"Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo
Mais completo serei pelo espaço inteiro afora."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"A distância é como os ventos:
apaga as velas e acende as grandes fogueiras."

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Parênteses

To cansada:
de buscar e não encontrar;
de amar e não ser correspondida;
de jogar e não ver a bolinha voltar;
de explicar e não ser compreendida;
de estudar e não passar;
de levar a sério e ficar perdida;
de brincar e me machucar;
de tentar fazer o melhor e nem sempre ser bem sucedida;
de lutar, lutar, lutar...
Às vezes me pergunto o porquê de tudo isso...