Existem vários tipos de mulheres.
Os homens sempre sabem com qual delas estão lidando.
Há a valentona, a frágil, a prendada, a feia, a vulgar, a rapidinha, a pudica, a inteligente, a séria, a maluquete, a bonita, a gostosa, a devagarinho...
E há a tudo-ao-mesmo-tempo-agora.
Pois é. Com essa fica complicado, pois a cada momento uma das características destaca-se mais que as outras, deixando os possíveis interessados perdidos.
Algumas mulheres já concluíram terem passado tempo demais sendo o homem da relação: enfrentavam, decidiam, analisavam, bancavam, trabalhavam, cuidavam, proviam.
Então algumas decidiram querer passar por uma fase bem mulherzinha: além de meiguinha, queridinha, cheia de delicadezas, uma Amélia(!), também querem ser socorridas, salvas, amparadas, ajudadas, além de ‘afofadas’, amadas, beijadas, bajuladas, agradadas, acarinhadas, 'full time'!!!
Ah, e inseguras! Querem poder se sentir beeeeeeeeeeeem inseguras... ciumentas; sendo egoísta e atendo-se em cuidar bastante de seus corpos, mente e espírito; querendo sair com 'seus' homens para todos os lugares e desfilar, bem agarradinhas!
Não seria mesmo uma delícia?!
Sim, porque os homens podem dizer que querem alguém com quem dividir as obrigações, uma mulher inteligente, com quem possam compartilhar tudo, mas nunca bancam esse tipo de mulher. Ficam inseguros, têm medo de beijar, abraçar, se entregar, se envolver, se declarar. E acabam ficando com as menininhas ou as Amélias! Tão mais fáceis de lidar!
E as mulheres estão mais independentes, bravas e lutadoras. Podem até dizer prescindir da gentil presença masculina que lhes abre a porta, envia flores, lhes tranquilizam no calor do abraço protetor, mas apenas porque não têm coragem de admitir ser isso uma inverdade... e acabam por travar uma luta com o homem macho que gostariam não fosse tão macho assim.
Então, percebo que, embora todos pensemos as mesmas coisas: que se declarar não significa amor eterno; que compartilhar não significa só discutir dinheiro e carreira; que dengos e mimos cabem aos dois, na sutileza da percepção de quem mais necessita em determinado momento, estamos todos muito estanques nos papéis invertidos.
Homens e mulheres perdidos. Com medo de expor suas dúvidas e fragilidades para que depois possa se instalar a sintonia do não dito. Não damos tempo a isso. Fugimos antes de nos deixarmos mostrar. As relações estão cada vez mais superficiais e talvez por essa razão nos sentimos mais sós, nos ocupando em idealizar algo inviável.
Será que nunca nos uniremos para aprendermos uns com os outros e tentarmos encontrar o meio?!