"Então vem a etapa seguinte. Essa não é tão divulgada, tem-se por ela mais respeito e menos informação, pois é vivida em silêncio. O que acontece é que tem uma hora em que ninguém mais aguenta ouvir a gente entoar nossa sina, lamentar nossa sorte, procurar explicações para o fim. É quando a gente se dá conta de que já abusou da paciência dos amigos, dos familiares, e cala. Sofrimento cansa. Não só aquele que sofre, mas cansa aqueles que o assistem.
Foi assim que a segunda dor começou, enquanto a primeira ia diminuindo. Já que eu não queria mais amolar ninguém, comecei a fingir que estava me recuperando, e aí começou a recuperação de fato, tirei o foco da minha autocomiseração, já não me sentia uma abandonada por Deus, aceitava com resignação a ruptura definitiva do nosso relacionamento, e dei início a um novo processo de despedida. Não mais o adeus a você, que já havia partido, mas o adeus à pessoa sofrida que eu vinha sendo. Aquele eu amargurado é que estava saindo da minha vida."
(em Fora de Mim, p. 87-88).
o adeus à pessoa sofrida que eu vinha sendo :)
ResponderExcluirSublinhei o que a Dê escreveu acima...
ResponderExcluirhttp://vemcaluisa.blogspot.com/
Por isso eu sempre digo que, paradoxalmente, a gente se encontra sempre nos momentos em que pensamos não restar mais nada.
ResponderExcluirAiai... suspiro...
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