domingo, 5 de fevereiro de 2012

Bela Adormecida e Ferida narcísica

"Alguns casais conseguem manter laços depois de uma separação sem confundir a relação, mas na grande maioria, um deles acaba achando que ainda é mais do que uma amizade. Durante algum tempo, confundem mesmo, mas a confusão faz parte do processo e eles acabam aprendendo o novo código. A história da Bela Adormecida atrapalha um pouco. Isso significa que muitas mulheres acham que o despertar para o sexo e para a feminilidade tem a ver com um príncipe e não com o amadurecimento dela. Na separação, a fantasia acaba e surge o medo de que ela nunca mais seja uma mulher inteira. Isso é o mito do amor único.
Quando envolve traição, é mais difícil que o homem e a mulher consigam ficar amigos depois de uma separação, porque aí a 'ferida narcísica' se soma à dor do sonho abortado. 'Orgulho ferido' pode ser uma tradução aceitável para a 'ferida narcísica', um termo da psicanálise; e toda separação representa a perda de uma ilusão, no caso a do 'felizes para sempre', ou a do 'feitos um para o outro'. A entrada de uma terceira pessoa desmente todas essas ilusões e o casal descobre que não está blindado para tudo aquilo que atinge os casais 'comuns'.  Todo casal acha que é diferente de todos os outros - e se orgulha disso. Quando há filhos, fica ainda pior. Quem foi traído pelo parceiro teme ainda ser traído pelos filhos, que, depois da separação, ainda vão fazer um vínculo com a tal terceira pessoa."
(Lídia Aratangy, na Revista Lola deste mês, p. 55)

Um comentário:

  1. Amiga Lú, passando por aqui para deixar o meu abraço para te desejar uma linda semana.

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