terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pensando alto

Falaste em “fugas” e fiquei pensando...
Envolvimentos casuais são realmente fugas?!
Poderia dizer que, atualmente, pela rapidez com que tudo muda e a velocidade com que temos acesso a qualquer coisa, talvez esse seja o tipo de relacionamento mais adequado para o modelo que vivemos.
Nos conhecemos rapidamente, nos aproximamos sem pedir licença, quando nos damos conta já estamos nos beijando e vamos pra cama tão precocemente quanto adolescentes em plena explosão hormonal.
Pode-se até repetir a dose, numa tentativa, mas em geral tudo termina tão instantaneamente quanto começou... e talvez possa ser considerado bom, desde que nenhuma das partes tenha se apaixonado ou sofrido com isso... pois via de regra é o que ocorre.
E ficamos nos perguntando o porquê de tanta entrega a um desconhecido. Por que não se faz apenas sexo casual. Liga. Encontra. Beija. Transa. Tchau. Pois é o que fica. O vazio. Tão vazio quanto se tivesse sido assim.
E é engraçado, porque o corpo, depois de um certo tempo, não responde mais... talvez responda a vcs, homens, que são extremamente visuais e a simples imagem de uma mulher se despindo é capaz de proporcionar tesão suficiente para impulsionar o sexo até o final... mas a nós, mulheres, não é bem assim. Nosso processo é muito mais complexo e envolve centenas de pequenas coisinhas para que a entrega aconteça. A entrega no sentido do “todo infinito no efêmero momento”, melhor definição de orgasmo que já li! 
Se eu estivesse num momento Pollyana, diria que não. Penso serem “procuras”. Tentamos, experimentamos, ensaiamos. Está bem, agora lembrei que em 90% das vezes já sabia antes dos “finalmente” que a companhia não daria em nada... porque pele, química, tesão, desejo, se sente no primeiro encontro.
Então por que insistimos e vamos adiante, contrariando os sinais?! Porque estamos “sempre buscando o todo infinito no efêmero momento”?! Acho que não.
Procuramos por instinto. Não adianta querer intelectualizar. Somos animais humanos e, como tais, sabemos que usamos toda a nossa racionalidade durante todo o tempo e por vezes nos vemos esgotados do esforço que isso demanda. E o fato é que gostaríamos de nos entregar a alguma paixão que nos permitisse dar vazão aos instintos, aos sentimentos mais reprimidos, às liberdades mais inconfessas.
Isso faria com que a nossa porção animal pudesse sair para respirar e assim talvez tivéssemos a chance de nos sentirmos menos loucos, menos previsíveis e, com um pouco de sorte, mais felizes!

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