domingo, 31 de outubro de 2010

Otelo

"DESDÊMONA - Vamos ao encontro dele para recebê-lo.
CÁSSIO - Ei-lo que chega.
(Entra Otelo e séquito.)
OTELO - Minha linda guerreira!
DESDÊMONA - Caro Otelo!
OTELO - Tanto contentamento quanto espanto me causa ver que antes de mim chegastes. Ó alegria de minha alma! Caso viesse sempre depois da tempestade semelhante bonança, poderiam soprar os ventos de acordar a morte. Que o meu barquinho escale montes de água tão altos quanto o Olimpo e, após, afunde tanto quanto distar do céu o inferno. A morte, agora, para mim seria uma felicidade, pois tão grande é a ventura que da alma se me apossa, que não pode, receio-o, reservar-me outra igual o futuro nebuloso.
DESDÊMONA - Permita o céu que nosso amor e nossa felicidade cresçam como os dias que ainda temos de vida.
OTELO - Amém, poderes inefáveis! Não posso falar muito sobre esse assunto. Sinto-me abafado: é excessiva alegria.
(Beijando Desdêmona.)
Recebe este, e este também. Que a única discórdia de nossos corações tenha este aspecto."

4 comentários:

  1. Alegria também cansa. Abafa. Dá calor, rs.

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  2. gargalhadas
    É vero! Embora seja, na minha opinião, a melhor peça de Sheakespeare! Considerando Hamlet "hors concours", obviamente...
    Beijos!

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  3. Lu, tem um selinho lá no meu blog pra você. Espero que goste! Boa semana. Bjsss

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  4. Cris, já vi, querida! AMEI! Obrigada! Quero montar um post com todos os selos, mas estou voltando de férias, talvez demore um pouquinho... Beijão!

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