quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Da noite

"Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus?
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?"
(Da Noite - 1992)

3 comentários:

  1. Lu...

    Perco-me nas tuas palavras... com prazer!


    Beijos
    AL

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  2. "O toque sem tocar, o olhar sem ver..."

    Lindo Lú.

    Linda noite pra ti.

    Beijos meus.

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  3. AL, bem-vindo! Devemos o elogio à Hilda Hilst! Também adoooro!

    Obrigada, Fer! Pra ti tb!

    Beijos!

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