As mulheres de hoje, em geral, não sabem mais cozinhar e não fazem questão de aprender. Acham difícil, supérfluo e desinteressante. E realmente está tudo tão 'fast food', e temos ficado tão sozinhos, que muitas vezes dá preguiça mesmo de ir pilotar um fogão. Ainda há mais, porque temos que ser tão magras, elegantes e contidas na comida que deixou de ser prazer.
De minha parte, desde muito pequena gosto de comida e de cozinha. Vem um pouco de família, porque a ascendência germânica e portuguesa certamente colaborou pra isso... e o "aconchego" da comida da minha avó é indescritível! Ela e as irmãs (há anos atrás, obviamente), reuniam-se em torno de grandes mesas e preparavam verdadeiros banquetes! Ou quase uma fabriqueta de biscoitos, ou cucas, ou massas... tudo feito em série, em grande quantidade e no braço! Tudo em meio a muita folia, conversa e discussão.
Lembro bem que desde cedo meu gosto também foi estimulaldo pela Ofélia, uma outra gordinha cujo nome não lembro e pela Ana Maria Braga, quando ainda não era global.
Com a profissionalização vieram os grandes "chefs"! Sim, porque homem não é cozinheiro, é "Cheff"!
Merecemos, mesmo!
Anyway, eles têm seu valor. Ver o Alex Atala em ação; o Olivier Anquier com aquele sotaque delicioso fazendo comidinhas (que homem é aquele, meu Deus?!); Emmanuel Bassoleil, Claude Troigrois, até mesmo o caçula Jamie Oliver, é um prazer inenarrável!
Mas se a intenção é prazer mesmo, vá a uma das padarias do Benjamim Abraão (a de Higienópolis - Sampa/SP é maravilhosa)! Esse sim, na minha opinião um legítimo CHEFE, que a essas alturas comanda a cozinha do céu com toda a humildade que lhe era tão peculiar!
Bem, pelo menos temos alguns destaques femininos na área hoje, como é o caso das 'Chefs' Roberta Sudbrack (sim, começou a ganhar fama no Palácio do Planalto), Benê, Flávia Quaresma, Morena Leite... para ficar só no país, pois se eu começar a falar da Nigella!
Houve um tempo em que dizia que largaria tudo e iria pra França fazer a Le Cordon Bleu! E a vida toma outro rumo e a liberdade fica cada vez mais restrita...
Enfim... o fato é que sempre AMEI cozinhar. É meu hobby mesmo. Me ver na cozinha é ter certeza de que estou em paz, feliz comigo mesma. A alquimia, os pequenos detalhes, os segredos da culinária, sempre despertaram minha curiosidade, provocaram meus sentidos.
Fiz alguns cursos, umas experiências, leio muito sobre o assunto e tenho bons livros sobre.
Então, como essa semana rolou uma Torta de Banana (que fiz com a "ajuda" da minha pequena, em quem estou plantando a sementinha do prazer pela cozinha); uma Cheesecake para uma amiga querida que está indo embora e uma Delícia de Uva Itália (no caso substituída por morangos sem agrotóxicos de Urubicity) para uma amiga que é um doce e veio a minha casa pela primeira vez, formou-se o "alvoroço".
Receitas pra lá e pra cá e pela enésima vez me pediram que desse um curso. Afinal, "mesmo seguindo a receita, nunca fica igual a tua!"
Então tá. Decidi preparar um curso - as amigas de Floripa vão subir a serra só pra me matar, mas... tenham compaixão de mim... não há mto o que se fazer por aqui, vocês sabem disso!
Bem, o fato é que no debate sobre o cardápio, algumas delas, que sequer sabem fazer arroz, já queriam partir da Moqueca.
Assim, antes que virasse um jantar de reis, ou para um Batalhão (e até teríamos audiência, pois o 10º BEC fica aqui em Lages... hahahah), delimitei em um doce e um salgado por noite.
As opções geraram a maior discussão, comigo afirmando que não se pode fazer dois pratos de muita complexidade, sob pena de terminarmos no meio da madrugada. Um tem que ser mais fácil e outro pode ser mais complicado.
Então (saca só!), na primeira aula, teremos: Bobó de Camarão e Apfelstrudel.
What?!?!?! A democracia é mesmo uma merda! hahhahah
O Bobó é circunstancial, pois como a aula será na quinta que vem, teremos um fornecedor de camarões frescos - fundamentais para o sucesso do prato.
E o Strudel foi uma briga. Explico. É que quem conhece, sabe: demoooooora! A massa, depois de feita (e isso já demora um bocado até acertar o ponto), deve ser dobrada, deixada a descansar, dobra, deixa descansar, dobra, deixa descansar. Então, ou elas acompanhariam simplesmente a feitura da massa ou as dobraduras. Impossível. Vetei na hora!
Eis que surge a ideia genial: "Lú, não dá pra fazermos com massa folhada pronta?!"
hahahhahah
Ainda bem que não sou profi, pois provavelmente teria um chilique!
Uma delas esclareceu: "Nossa, se eu souber fazer um strudel com massa pronta mesmo, já será uma glória!"
E como tudo na vida é uma questão de adaptação, ensinarei a fazer o recheio pra massa folhada...
Meninas, me divirto com vcs!
E ter dez mulheres em volta da minha mesa da cozinha será uma delícia!
Uma delas comprometeu-se a trazer o champã!
Imagina só no que vai dar!!!
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