"Porque era insuportável a oposição entre uma vida morna e a memória de Luísa. Com Luísa, nada podia ser morno. Eu sorria, ela sorria. Éramos dois adversários à altura. Dois lutadores sempre prontos para o combate, com ligeiras tréguas de vez em quando, paradas necessárias para tomar fôlego e recomeçar. E eu sempre tinha forças. Minha resistência era inesgotável com Luísa, apesar de o jogo ser quase sempre duro, arriscado, quase mortal. Disse quase sempre porque havia momentos em que Luísa se tornava suave e vulnerável. E, nesses momentos em que ela era de fato imbatível, as minhas mãos percorriam seu rosto, e eu implorava que ela fizesse eterno aquele abandono. Nesses momentos de Luísa, eu era tão feliz que tinha vontade de chorar."
(Maria Adelaide Amaral em Luísa)
Que lindo Lú! Sempre postando textos brilhantes amiga! BEIJOCA:)
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