quarta-feira, 30 de junho de 2010

Na boca do lobo

"Alguns de meus melhores amigos
os mais honrados e honestos
suicidaram-se
Não seguraram a barra
Algumas de minhas mulheres
as mais doces e suaves
tornaram-se azedas e corrosivas
Estou na boca do lobo
e não sei o que fazer
tento apenas ganhar tempo
Pode ser instinto de preservação
O fantasma de Kaváfis
A influência da lua
Escuto cantos gregorianos
no crepúsculo
com um charuto
e uma garrafa de rum nas mãos
olho para o mar
O nojo e a merda se dissolvem
na luz dourada
E minha mulher
que limpa a casa
alheia a tudo
me diz ‘não beba sozinho
me traz uma dose
com mel e limão’."

2 comentários:

  1. Também preciso beber algo!
    A lucidez pode ser uma maldição. E a distorção do fundo da garrafa, se não nos salva, pelo menos nos permite rolar a dívida da falta de sentido, até a amanhã às 8 horas...
    Tim-tim

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