"Costumávamos arrancar faíscas
um do outro.
Nossos olhos se encontravam,
ou nossas mãos,
e o raio azul do amor
queimava o ar.
Agora somos brandos.
E nos refestelamos
na mesma cama sonolenta,
pele da minha pele,
cabelos da minha cabeça,
suor do meu suor
você é meu sangue,
irmão e mãe
tudo em um só,
esposo, amante, inspiração e consolo.
Amo você ainda melhor
sem faíscas.
Somos seixos ao sabor da maré,
Revirando um sobre o outro.
As ondas quebram sobre nós,
a pulsação irregular
do oceano dirige nosso sangue,
mas estamos nos polindo
um contra o outro.
Estamos vivendo felizes para sempre?
O que acontecerá
Ao meu amor de cataclismos?
Meu amor de faíscas e fogo,
meu amor de gelo?
Seixo companheiro,
que reviremos
um sobre o outro
Talvez as faíscas sejam mais claras
debaixo d’água."
(Erica Jong)
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