segunda-feira, 17 de maio de 2010

...e uma canção desesperada

"Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado em tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscando-te, buscando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe."
(Neruda, claro)

4 comentários:

  1. Sem desesperos, tudo na vida passa!

    Só não podemos deixar passar nosso encontro em SC. Quando?

    Temos muito que conversar, tenho certeza.

    Bjs.

    ResponderExcluir
  2. Que profundo!

    A mulherada ultimamente anda inspirada..aff!

    ResponderExcluir
  3. É sempre bom ler Pablo Neruda, obrigado.
    Desde as margens do Rio do Carmo saio a convidar meus amigos do mundo, para que vejam a poesia que falo, o conto que conto e a crônica que narro. Você não conhece o Rio do Carmo? Não lhe culpo de nada. É tão pequenino o meu lugar. Mas ainda assim eu falo, pois é mundo, e quando se é mundo nunca falta o que falar.

    Abraço do Jefhcardoso e lhe espero no http://jefhcardoso.blogspot.com.

    ResponderExcluir
  4. Andréa, to achando mais fácil ser em POA! rs
    Estarei aí no finde! De qquer forma, acho que vcs têm uma vida mais atribulada que a minha! Combinem e me avisem! Bjos!

    Mi, acho que é contagioso! rs

    Jefh, irei te ver em breve! Obrigada! Bjo!

    ResponderExcluir

Mostre a sua!