quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Amadora

- Vc me faz rir muito alto!
- E vc me faz chorar.
- Não! Sem choro, meu amor...
- Eu não consigo...
- Consegue sim! Sem choro e sem calcinha...
Ele faz cócegas na minha barriga e tira a calcinha.
Querido.
Me beija como sempre e me faz passar por sete portais de arco-íris quando entra em mim.
Amado.
Lembrei de uma belíssima cópula de caramujos que vi num filme.
Imperdível.
Eles se unem numa dança erótica e se entrelaçam, se misturam e se confundem em belíssimos movimentos, em total unidade e sublimação...
Lindo.
Me enrosco em Luiz e me entrego aos desejos secretos dos libidinosos, à loucura dos amantes proibidos e à memória dos amores platônicos. Sento no falo que me cala e me faz trocar as palavras por grunhidos prolongados e confusos como a língua que se perderia na queda da Torre de Babel.
Amor.
Meu remelexo é a redondilha da melodia que ele intui e nós suamos a maresia que embaçou todas as vidraças do Grande Hotel.
Eu, a odalisca apaixonada dançando sobre o meu sultão até sentir as pernas bambas, e o meu astro, sem perder a deixa, improvisa o nosso sexo sagrado em estocadas cada vez mais cadentes, que me colocam à frente de um batalhão de choque e eu quase morro de tanto gozar...
Um novo recomeço de uma história inacabada que Deus deixava na gaveta para retomar num dia bem inspirado...
Luiz e eu, personagens a mercê do Criador e do seu humor imprevisível como o fim do universo e o curso dos meus pensamentos desordenados.
Acho que falei demais.
Suspiro.
(Ana Miranda)

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