“Não sei quanto a vocês, mas amor pra mim ter que ter cheiro. Gosto.
E frases...
Não adianta dizer que um olhar vale mil palavras, que o silêncio diz tudo. Não, não e não.
Eu quero sentir, tocar, cheirar, provar, morder e ouvir. Ler.
Então, por favor, Diga.
Qualquer coisa que seja, qualquer frase, qualquer palavra perdida, fale.
Ou escreva.
Mas por favor, eternize.
Palavras foram criadas para fotografar o coração, então por favor, não poupe o mundo da sua essência.
Palavras são simples.
Precisas.
Lindas em sua pureza de ser dita.
Não precisa fazer pose. Deixe acontecer. Se a garganta der nó e a sílaba não sair, escreva. Caneta e lápis na mão, seja.
Mostre-se.
Eu não me apaixono por pessoas.
Eu me apaixono por frases.
Me alimento de palavras.
Verdades, incertezas, medos, doçuras e pequenas mentiras. Não importa.
Eu quero provar seus verbos. Seus sujeitos. Seus objetos. Eu quero te ler. Te sublinhar. Te copiar. Te re-ler.
Então, por favor, escreva-se. Inscreva-se. O que me encanta no mundo são letras, vogais, combinações inexatas entre o que quer dizer e o que se diz.
Não precisa dizer bonito. Muito menos escrever bonito. Palavra vira poesia quando dita com a alma. Por isso, solte-se. Rabisque-se. Eu não vou analisar suas palavras. Eu vou apenas senti-las…
Sentir você em cada letra escrita, em cada ponto, em cada frase desenhada. Por isso, permita-me. Eu não quero gramática, dicionário, frases de efeito, plágios descarados pra preencher vazio.
Eu quero você.
Você e suas palavras.
Você e sua letra torta.
Em qualquer frase, qualquer rima, qualquer asterisco no pé da página.
Mas que seja você.
Que brote do silêncio da sua alma bonita e se transforme em letras: palavras para eternizar a poesia que é seu coração!”
(Fernanda Mello)