segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero. Quero só
Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar."

(em Poemas Completos de Alberto Caeiro, p. 85)

3 comentários:

  1. Quanto romantismo! Depois deste lindo poema, eu é que vou ficar pensando nisso,rs.


    http://noites-perfeitas.blogspot.com/

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  2. Quem me dera desejar apenas pensar. Esquecer o mergulho viciante, a exploraçao viciante, a explosao viciante...
    É preciso superar Fernando Pessoa.
    Um beijo, my love.

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  3. hum, só pensar tem as suas garantias, mas tenho necessidade de usar todos os meus sentidos sempre.


    Beijos lindona.

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