"Nosso amor nunca foi sessão da tarde. Nunca foi beijo rápido em degrau de escada rolante.
Nunca foi.
Nosso amor, lembra?
Nunca foi sorvete em dia quente. Gelo chupado no fim da bebida.
Nunca foi grito em queda de montanha russa. Nem música preferida no repeat do aparelho de som. Nosso amor nunca foi brigadeiro roubado. Dedo enfiado no bolo. Champanhe estourada molhando a mão. Nosso amor nunca foi primeira página de livro. Comédia romântica em cinema à tarde. Bocas grudadas em fim de filme. Créditos subindo depois de final feliz.
Nosso amor nunca foi o andar rápido depois do tropeço.
Só o avesso.
Nunca foi abraço apertado demais. Nem beijo demorado demais. Nunca foi nada de mais. Pedalada em parque vazio.
Vento no rosto. Cabelo pra trás.
Vento no rosto. Cabelo pra trás.
Nunca foi.
Nunca foi pé direito até o último no acelerador. Viagem sem volta.
Praia vazia em dia de semana. Nunca foi notícia esperada. Quilo a menos na balança. Foto em preto e branco. Escultura de Rodin.
Nosso amor nunca teve tanta graça. Nunca foi
adrenalina. Serotonina. Nunca foi banho gelado de cachoeira.
Nosso amor sempre foi uma bobeira.
E foi ontem.
Sozinho.
Com o travesseiro sobrando ao meu lado.
Com o espaço a mais na cama, que eu confessei.
Com o espaço a mais na cama, que eu confessei.
Foi bem baixo.
Quase num respiro. Num cochicho. Quase num suspiro.
Nosso amor me faz falta, eu disse.
E eu só queria ele de volta.
Nosso amor me faz falta, eu disse.
E eu só queria ele de volta.
Com graça ou sem graça.
Mas, agora."
Mas, agora."
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