Pegou a mala e, chegando no saguão, sentou-se com ela, tentando, por alguns segundos, racionalizar o próximo passo. Detestava sentir-se acelerada e era assim que estava. Precisava respirar. Não conseguiu. Por que sempre se sentia assim quando estavam na iminência do encontro?
Seguiu adiante e o viu procurando por ela. Percebendo que ele não a tinha visto, afastou-se para melhor poder observá-lo.
Era um homem bonito. Não daquelas belezas entediantes, nem demasiado másculas. Tinha um porte meio aristocrático, inglês (definição com a qual já o fizera rir tantas vezes!). Tez clara, boca bem desenhada, olhos levemente arredondados. Parecia um menino grande.
Ficou pensando no quanto gostava daquele cabelo desordenado por onde podia deslizar as mãos; do nariz proeminente que lhe dava um ar levemente insolente, a divertindo em meio às brigas; do jeito esbaforido de quem está sempre com pressa ou cansado ou de saco cheio... indefinível.
Sorriu ao se dar conta de que alguns estados de espírito permitem que vejamos com outras cores coisas que vistas por outros poderiam parecer defeito.
Percebeu como em meio àquela agitação, apesar da altura, não conseguia achá-la e isso o deixava ansioso, fazendo com que tentasse alinhar os cabelos, afrouxar a gravata e arrumar a camisa para dentro da calça por não saber onde exatamente colocar as mãos...
Quando o viu olhar no relógio pela terceira vez, não resistiu... Pegou o celular e ligou.
Apesar da distância e do barulho, ele virou-se imediatamente na direção dela, abriu aquele largo sorriso que lhe era tão familiar (e acolhedor!) e seguiu querendo saber dela, da viagem e da saudade, enquanto caminhava em sua direção...
E logo as mãos dele estavam no lugar de onde não deveriam ter saído: segurando-a pelo rosto para matar a saudade do olhar, da boca, do cheiro... e, finalmente, envolvendo-a pela cintura.
Lembrando tempos depois, se apercebeu como o entorno desaparece em momentos como esse e concluiu que, afinal, realmente pouco importa o que os outros pensam ou falam.
Meus olhos encheram-se de lágrima ao ler esse texto Lu! Achei muito bom, descreve aquela espera, aquele entusiasmo gostoso de encontrar quem se gosta realmente! =)
ResponderExcluirUM BEIJO e ótima quarta pra ti!
Oi Lú, bom dia...
ResponderExcluirQue texto mais gostoso, faz a gente sentir saudade do olhar do outro...
Ai que saudadezinha que me deu...rs
É difícil racionalizar o próximo passo, nem que seja por segundos...
E quando se está apaixonado racionalizar é o que menos parece te importância no momento...
Beijos
Ani
Só o título já é belo.
ResponderExcluirTodas com saudades... taí uma coisa que sabe ser doída de tão apertada e gostosa como um suspiro! Beijos, meninas!
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