quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Soneto XI

"Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado em tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscando-te, bucando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe."

(em Cem Sonetos de Amor, p.19)

4 comentários:

  1. Ah!!que lindoooo!!eu tb.tenho fome de tudo...que um dia na vida eu sentir com ele...e que agora por vontade de Deus ele foi me tirado...essa falta dele me mata a cada dia que passa...a saudade que sinto dele vai me sufocando aos poucos...enfim meu coração está me pedaços...belo post amiga...beijos queridaaa!!

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  2. Ai, Beauty, dá pra sentir no teu blog! Calma... o tempo resolve tudo! Ih, quem sou eu pra te dizer isso?! rsrs
    Beijos!

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  3. amei o texto... bem intenso...

    tenha um bom dia, Lú.
    bjos

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  4. Esse livro fica na parte mais bonita do meu quarto.

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