"Eros, dado que é carente e deseja, não é um deus, mas um 'daimon' (ou gênio), ou seja, um ser intermediário entre os homens e os deuses. Em segundo lugar, ele não é filho de Afrodite, mas de Poros (o Expedito, aquele que é dotado de recursos) e de Penia (a Pobreza, a Penúria, a Carência). Esta última, por ocasião de uma festa em que os deuses celebravam o nascimento de Afrodite, veio mendigar um pouco de comida à porta. Descobrindo Poros, embriagado, num jardim, aproveita o sono deste para se unir sexualmente a ele. Assim nasceu Eros, que herdou os traços de caráter de seus dois genitores. Indigente e sempre carente à semelhança de sua mãe, está cheio de ardor e de recursos como seu pai. Astucioso, habilidoso na caça, passa também a vida a filosofar."
(em O Desejo, p. 26)
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