quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ditados

Ultimamente tenho pensado muito em ditos populares e na profundidade ou absurdo de alguns deles. Resolvi compartilhar minhas angústias com vocês:

- Cavalo dado não se olha os dentes – Como assim?! Claro que se olha! E muito bem! Até pra ver se quem deu te considera ou estava de sacanagem com um “presente de grego” (sim, o Cavalo de Tróia!).
- O inferno de boas intenções está cheio – Custei a acreditar que muitas pessoas não compreendem esse ditado. Sim, o inferno está cheio de “bem intencionados”, porque quem quer mesmo, vai lá e faz acontecer... depois vai pro céu em paz (embora eu, particularmente, pretenda mesmo é ir pro inferno, porque o céu deve ser entediante!).
- Quem ama o feio, bonito lhe parece – Gosto desse. De fato os olhos do coração vêem o outro por dentro.
- A vingança é um prato que se come frio – Olha, não sei não. Talvez porque imediatamente não seja possível, mas acho que quem gosta de se vingar, gosta de fazê-lo na hora! Quanto mais quente melhor!
- Fica lá onde os gatos perdeu as botas – Eu já digo que é “lá onde o gato perdeu as cuecas”, porque se ele estava se despindo, por certo a última coisa que tirou foram as cuecas! Longe pacas!
- Quem tem boca vai a Roma – Quem tem boca fala e vai não só a Roma, mas onde quiser. Se não conseguir ir, pelo menos colocou tudo pra fora e não teve que voltar pra casa pra tomar um ansiolítico!
- Ele é o pai cuspido e escarrado – Horrível! Esculpido em carrara, como seria o correto, fica chiquérrimo! (carrara - tipo de mármore da cidade de Carrara, na Itália – o Davi, de Michelangelo, foi insculpido num pedaço desse mármore).
- Devagar se vai ao longe – E chega-se bem depois de todo mundo, né?! Ou quando a festa já acabou... Nada de moleza! Viva com vontade!
- Aqui se faz, aqui se paga – Concordo. Acho que a vida é o céu e o inferno de cada um de nós. Estamos condenados a escolher e arcar com nossas escolhas.
- Quem semeia vento, colhe tempestade – Até onde sei, não se vende vento em semente. Mas se você fez alguém ventar, depois aguente as consequências com a mesma hombridade! Nada de desculpas esfarrapadas!
- Mofas com a pomba na balaia! – Delícia! Não podia faltar um ditado em “manezês”! Como nunca soube a origem, fui atrás. O “pombeiro” era um personagem folclórico dos Açores e do litoral catarinense. Era o vendedor ambulante que vende de tudo um pouco: peixe, pombas, galinhas e perus. Carregava uma vara suportada pelos ombros, com duas balaias, uma em cada ponta, com as mercadorias a serem vendidas. As mercadorias eram mais baratas no início da caminhada para aliviar o peso. Um belo dia, numa negociação de venda de mercadorias teria surgido a folclórica frase na cidade de Florianópolis: “Mofas com a pomba na balaia” foi a resposta de uma mulher a um pombeiro que vendia pombas expostas num balaio ao discordar do preço da mercadoria e que por isso não iria levá-la e o pombeiro mofaria até conseguir vender o bicho.
E “quem quiser que conte outra"!

4 comentários:

  1. Só tu mesmo Lú para fazer rir...
    Mofas com a pomba na balaia é ótimo.
    beijos.
    Geraldo

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  2. Ah, gaúcho!
    rsrsrs
    Tb to precisando me divertir...
    Beijos!

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  3. Hahaha! Very goog, Lú! O último mesmo não podia faltar :) Este post me fez lembrar uma música muito fofa do Dazaranha (banda local de floripa), onde eles misturam os ditados:
    "Água, pedra, mole, dura tanto fura até que bate
    Se Maomé não tem boca, Roma vai a montanha
    Quem sabe, sabe, bate palma
    Quem não sabe, maior o tombo
    Ou vai, ou racha o pau
    que é obrigado a se arrastar
    Quem tem gato vai na chuva
    cachorro é pra se molhar
    Tudo que sobe ajoelhado, rezando tem que descer
    Em terra de cego quem tem um pássaro é rei
    Em terra de rei quem tem dois pássaros é cego
    Deus, Terra, Dinheiro, Céu Mania, Louco,
    um para o outro."

    http://www.youtube.com/watch?v=HBp6HAizexo

    beijocA Lú e tô vendo que por aqui a inspiração anda solta :)

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  4. Ai, que saudade de ti, querida!
    Sabes que não sou manezinha de nascimento, mas sou de coração!
    Mil beijocas!

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