quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ternura


Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
(Vinícius de Moraes)

Um comentário:

  1. Andas tãããooooo inspirada!!! COISA BOA;)Acho que nossos blogs se completam, quando umas estão super mega insiradas outras já estão mais quietinhas!! Claro que às vezes todas se unem e formam uma MEGA CONSPIRAÇÃO DE INSPIRAÇÃO, aí ninguém seguraaa!!! hahahaa
    BEIJOOO.

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