Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesosBem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.
Simpatia – são dois galhosBanhados de bons orvalhos
Nas mangeiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.
Simpatia – meu anjinho,
É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d’agosto
É o que m’inspira teu rosto...
Simpatia – é quase amor!
(Casimiro de Abreu)
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