"Mulher sexualmente saciada não é aquela que sentou em mil paus, mas aquela que se entrega ao prazer sem limites.
Pergunta: "Recentemente passei a frequentar aulas de defesa pessoal. Acontece que nos treinamentos, a possibilidade de ser atacada por um homem mexeu com meu tesão. Certa noite ao transar com meu namorado pedi a ele que simulasse um sexo à força, me batesse e me xingasse. Ele ficou revoltado, me chamou de vadia e agora mal fala comigo. Não consigo negligenciar esse desejo, mas me sinto culpada. O que eu faço?" (Nívea, 25 anos).
Dr. Odvan, com o poder inconformado da oratória
Parabéns, Nívea. Você é uma mulher com coragem de viver seus desejos ao contrário do seu homem (?) que paira ante o computador socando punheta enquanto você dorme feito anjinho no quarto. As pessoas têm vontades sexuais distintas. Enquanto a sua é ser violentada, a do seu homem (?) pode (provavelmente) ser dar o próprio rabo. Mas você externou seu afã, ao contrário dele.
O seu relacionamento em questão
Ainda que ambos tenham atração suficiente para cultivarem um namoro firme, a manutenção do mesmo depende da afinidade. Hoje são divergências carnais, amanhã pode ser leite desnatado ou integral, Paris ou Malásia, luz negra ou fluorescente. Se você gosta de levar um tapa na cara durante a transa e seu homem (?) pensa que isso te faz uma vadia inveterada, digna do cais do porto, há um desacordo abismal entre vocês, sinto dizer. Ignorando seu desejo feminino, temo adiantar que não existe mais uma relação salutar.
Certos homens jamais verão uma mulher em êxtase
Certos homens jamais verão uma mulher em êxtase. Tenho pena deles. Entenda que o preconceito de seu homem (?) é resultado de uma série de influências, que adubaram o modo como ele enxerga o mundo. Crenças, mandamentos, costumes. Ele precisa entender a apreciar o gozo de uma mulher, coisa que provavelmente esqueceu de se dedicar, julgando nada mais relevante na sua biografia sexual que o próprio pau.
Jogo dos 7 acertos (coisas que ele precisa saber sobre tesão feminino)
1. Garotas também têm um apetite intenso, porém mais elaborado, complexo e mental, e mais propenso a se manifestar de maneiras pouco exploradas culturalmente (cinema, literatura, novelas). Por isso seu amedrontamento com o desconhecido;
2. Satisfazer os desejos de cada um dentro do relacionamento é um ponto centrífugo para a felicidade a dois;
3. Na vida erótica, precisamos afastar o outro de sua dignidade subjetiva, o considerando apenas como corpo. É por isso que a maioria, na hora do sexo animalesco, não profere palavras de carinho, mas xingamentos pejorativos, transformando o parceiro em carne subordinada ao desejo;
4. A fantasia da puta (ou alguma subversão da mulher) é essencial para que ocorra o gozo feminino, por razão do ponto cume do prazer delas morar na disponibilidade de entregar-se sem regras ou condições;
5. Ser feminina é aceitar a fantasia do homem. O que você, como mulher, quer dizer ao namorado quando pede a ele que a coma asperamente é que está a ofertar inteiramente seu corpo para que ele a use como quiser. É como ping-pong, você dá para que seu corpo volte todo a você. Psicologia muito ligada à fantasia da puta na cama;
6. Quando uma mulher recebe a informação de que o homem vai fazer isso ou aquilo com o corpo dela, sem pedir licença, ela chega a um grau de excitação altamente orgástico;
7. Uma mulher sexualmente saciada e alegre não é aquela que sentou em mil paus, mas aquela que se entrega ao prazer sem limites e não negligencia suas vontades, visto que a fantasia da submissão é um meio da mulher alcançar a ampla liberação sexual, castrada pela sociedade longe das quatro paredes.
Faça-o saber. Se não funcionar, dê de presente a ele o livro "Prostituição: O Eterno Feminino" (Editora Escuta), da psicanalista gaúcha Eliana Calligaris ou dê sua rapadura para quem tem dentes (olha euzinho aqui!).
Abraço, Dr. Odvan." (Gabito Nunes)
Disponível em: www.carascomoeu.com.br
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