quarta-feira, 21 de abril de 2010

Soneto do amor maior

"Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo.

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo."
(Vinícius de Moraes)

Um comentário:

  1. Louco amor meu, que quando toca, fere
    E quando fere vibra, mas prefere
    Ferir a fenecer - e vive a esmo...

    TUDO!

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