sábado, 19 de dezembro de 2009

Raiz


Muito eu e a minha mãe andamos por Sampa atrás de alguém que restaurasse uma antiga imagem do anjo da guarda que a minha avó tinha e havia perdido as mãos!
Finalmente achamos a pessoa adequada para fazer isso. Aos nossos olhos não ficou perfeito, mas... agradou a ela, e isso era o que importava (e principalmente nosso esforço particularmente despendido em homenagem a ela!)...
Lembrei disso quando outro dia ela me ligou e, por telefone, declamou a oração que a mãe dela rezava com os filhos, todas as noites, em alemão...
A vó fala alemão, o que infelizmente (talvez devido àqueles tempos de muita repressão contra quem falava o idioma) não foi repassado aos filhos dela... muito menos a nós, os netos...
Diz mais ou menos assim:
“Sou pequenininho
Meu coração é limpinho
Nele só cabe
Jesus, meu amiguinho”
Enfim, acho que ela pretende que a tradição passe entre nós, já que agora tenho uma filha... e esta, por sua vez, provavelmente terá filhos (será?!)...
Essa tradição familiar é uma coisa meio burguesa, mas de uma certa forma me dá uma nostalgia... e, por outro lado, uma sensação gostosa de ter raiz...
Não raiz no sentido de que você tenha que viver sempre aquilo e daquilo e sem se mover, nem sair do lugar... até porque o processo de diferenciação é bastante complicado, mas sem ele não há individualidade!
Digo no sentido de saber de onde viemos... Porque como saber para onde ir se não soubermos de onde viemos?! Sabendo já é tão difícil!
Enfim... só sei que é uma página da cartilha da minha mãe (e dá vó, pelo jeito) que não pretendo rasgar.
Não importa a religião, o que importa é cultivar a espiritualidade e isso é o que quero passar para a minha filha.
Amém!

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