terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Outra

"Amamos sempre no que temos
O que não temos quando amamos.
O barco pára, largo os remos
E, um a outro,as mãos nos damos.
A quem dou as mãos?
À Outra.

Teus beijos são de mel de boca,
São os que sempre pensei dar,
E agora a minha boca toca
A boca que eu sonhei beijar.
De quem é a boca?
Da Outra.

Os remos já caíram na água,
O barco faz o que a água quer.
Meus braços vingam minha mágoa
No abraço que enfim podem ter.
Quem abraço?
A Outra.

Bem sei, és bela, és quem desejei..
Não deixe a vida que eu deseje
Mais que o que pode ser teu beijo
E poder ser eu que te beije.
Beijo, e em quem penso?
Na Outra.

Os remos vão perdidos já,
O barco vai e não sei para onde.
Que fresco o teu sorriso está,
Ah, meu amor, e o que ele esconde!
Que é do sorriso
Da Outra?

Ah, talvez, mortos ambos nós,
Num outro rio sem lugar
Em outro barco outra vez sós
Possamos nós recomeçar
Que talvez sejas
A Outra.

Mas não, nem onde essa paisagem
É sob eterna luz eterna
Te acharei mais que alguém na viagem
Que amei com ansiedade terna
Por ser parecida
Com a Outra.

Ah, por ora, idos remos e rumo,
Dá-me as mãos, a boca, o teu ser.
E façamos desta hora um resumo
Do que não poderemos ter.
Nesta hora, a única
Sê a Outra."
(Fernando Pessoa em Cancioneiro)

Carmina Burana, de Carl Orff (O Fortuna)

MANUSCRITOS NO MOSTEIRO 
"Carmina Burana significa Canções de Benediktbeuern. Em meio à secularização de 1803, um rolo de pergaminho com cerca de duzentos poemas e canções medievais, foi encontrado na biblioteca da antiga Abadia de Menediktbeuern, na Alta Baviera. Havia poemas dos monges e dos eruditos viajantes em latim medieval; versos no vernáculo do alemão da Alta Idade Média, e pinceladas de frâncico. O erudito de dialetos da Baviera, Johann Andreas Schmeller, editou a coleção em 1847, sob o título de Carmina Burana. Carl Orff, filho de uma antiga família de eruditos e militares de Munique, ainda muito novo familiarizou-se com esse códice de poesia medieval. Ele arranjou alguns dos poemas em um “happening” – as “Cantiones profane contoribus et choris cantandae comitantibus instrumnetis atque imaginibus magics”- de canções seculares para solistas e coros, acompanhados por instrumentos de imagens mágicas. A obra já é vista no sentido do teatro musical de Orff, como um lugar de magia, da busca de cultos e símbolos.
Esta cantata cênica é emoldurada por um símbolo de antigüidade – o conceito da roda-da-fortuna, em movimento perpétuo, trazendo alternadamente sorte e azar. Ela é uma parábola da vida humana, expostas a constantes transformações. Assim sendo, a dedicatória coral à Deusa da Fortuna (“O Fortuna, velut luna”), tanto introduz como conclui as canções seculares. Esse “happening” simbólico sombreado por uma Sorte obscura, divide-se em três seções: o encontro do Homem com a Natureza, particularmente com o despertar da Natureza na primavera (“Veris leta facies”), seu encontro com os dons da Natureza, culminado com o do vinho (“In taberna”); e seu encontro com o Amor (“Amor volat undique”), como espelhado em “Cour d’amours” na velha tradição francesa ou burgúndia – uma forma de serviço cavalheiresco às damas e ao amor. A invocação da Natureza – o objetivo da primeira seção – desemboca em campos verdes onde raparigas estão dançando e as pessoas cantando em vernáculo. As cenas festivas de libação desenrolam-se entre desinibidos monges, para quem um cisne assado parece ser um antegozo do Shangri-la, e entre barulhentos eruditos viajantes que louvam o sentido impetuoso da vida na juventude.
[...]
A gama expressiva de Carmina Burana estende-se da terna poesia do amor e da natureza, e da elegância burgúndia de uma “Cour d’amours”, ao entusiasmo agressivo (“In taberna”), efervescente joie de vivre (o solo de barítono “Estuans interius”), e à força devastadora do coro da fortuna cercando o todo. O latim medieval da canção dos viajantes eruditos é penetrado pela antiga concepção de que a vida humana está submetida aos caprichos da roda-da-fortuna, e que a Natureza, o Amor, a Beleza, o Vinho e a Exuberância da vida estão à mercê da eterna lei da mutabilidade. O homem é visto sob uma luz dura, não sentimental; como um joguete de forças impenetráveis e misteriosas. Esse ponto-de-vista é plenamente característico da atitude anti-romântica da obra."

AMO ESSA PEÇA! É INTENSA... COMO QUASE TUDO NESSA VIDA DEVERIA SER... DEPOIS DIGAM SE CONCORDAM! BACI MILE, LÚ.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Trilha sonora



Ária do último ato da ópera L'elisir d'amore, de Gaetano Donizetti, por Luciano Pavarotti.

"Una furtiva lagrima
Negli occhi suoi spuntò... quelle festose giovani invidiar sembrò...
Che più cercando io vo?
M'ama, lo vedo.
Un solo istante i palpiti
Del suo bel cor sentir!..
Co' suoi sospir confondere per poco i miei sospir!...
Cielo, si può morir;
Di più non chiedo."
O sofrimento expõe nossas fragilidades;
quando conseguimos fazê-lo imergir
já ganhamos mais uma camada da couraça que nos envolve...
Essa dureza, a aparente frieza, a resistência...
Tudo isso antes em mim não havia.
E lamento...

Sem calcinha

"A mulher tem uma manha terrível, um ardil implacável de sedução. Qualquer macho sucumbe. Qualquer. Pode ser um diplomata, um gari, um doutor pela Sorbonne XXXV, um eletricista. Não foi criado um sistema de proteção; ainda somos presas fáceis.
É quando ela sussurra no ouvido que está sem calcinha. Mesmo que seja uma mentira, funciona. O sujeito engasga, extravia a linha de raciocínio, logo baba, perde a língua em ataque epiléptico. Experimentará um transe messiânico, tonteado com a revelação. Trata-se de um convite? Quem diz que não é maldade?
Toda mulher fala que está sem calcinha rindo, o que irrita sua vítima. O barbado buscará se certificar, espiando os joelhos, reparando nas dobras, com os olhos vidrados de um tarado. Não acreditará no milagre. Cometerá uma gafe, um escorregão, derrubará a cerveja na roupa, tropeçará no cadarço, praticará algo idiota como encará-la para avisar que irá ao banheiro. E voltará do banheiro duas vezes idiota porque ela sequer se levantou da cadeira.
É uma confidência imbatível que somente as mulheres têm direito. Se o homem declara que está sem cueca vai sugerir – no máximo – que é um porco. Não será nem um pouco excitante.
Mas, após décadas de experimento, desvendei uma estratégia masculina de efeito semelhante. Não faço churrasco, nunca convidei amigos para uma carne no final de semana. Meu pai se separou cedo da mãe e não me transmitiu o legado e a arte do sal grosso. Azar, não há churrasqueira que não sirva de lareira.
O que não abro mão é de comprar o saco de carvão no mercado. Nenhuma fêmea resiste a um homem carregando um saco de carvão. Com os dedos sujos de graxa. Apanhando a argola de papel com desleixo. Como se não fosse pesado.
Num único lance promocional, é oferecer as fantasias eróticas de mecânico e de peão. É mais imbatível do que escolher carne no açougue. Mais imbatível do que recusar a carne no açougue (a maior parte dos clientes discorda do açougueiro para se exibir ao mulherio).
Atravessar os corredores de laticínios e refrigerantes com um saco de carvão representa a suprema glória viril. Supera o óleo nos bíceps dos halterofilistas. É reconquistar o fogo. É se fardar completamente ao sexo.
Não precisa ser musculoso, apenas desalinhado. A cena depende de preciosos detalhes. Suje a calça na hora de pagar e não dê bola para mancha, provando que estaria disposto a rolar num barranco. Largue o pacote na esteira com um estrondo, para impor passionalidade. E pague com um maço bêbado de notas, retirado do bolso da frente. Não tire a carteira sob hipótese nenhuma, que seria uma atitude educada e fria.
Todo domingo, repito esse ato sagrado. Tenho um estoque de sacos no porão. É meu jeito de estar sem calcinha."

domingo, 29 de agosto de 2010

Felicidade

"Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz."
(C. Buarque e V. de Morais)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Intelectualizamos demais as coisas.
A ignorância é feliz.
Tudo na vida é uma questão de prioridade!
"Sempre parecera a Antoine contabilizar sua idade como os cães. Quando tinha sete anos, ele se sentia gasto como um homem de quarenta e nove; aos onze, tinha desilusões de um velho de setenta e sete anos. Hoje, aos vinte e cinco, na expectativa de uma vida mais tranquila, Antoine tomou a decisão de cobrir o cérebro com o manto da estupidez. Ele constatara que, muitas vezes, inteligência é a palavra que designa baboseiras bem construídas e lindamente pronunciadas, e que é tão traiçoeira que frequentemente é mais vantajoso ser uma besta do que um intelectual consagrado. A inteligência torna a pessoa infeliz, solitária, pobre, enquanto o disfarce de inteligente oferece a imortalidade efêmera do jornal e admiração dos que acreditam no que lêem." (Martin Page em Como me Tornei Estúpido).
Me pega
Me leva

Eu vou
Encontro o caminho

Não vá sozinho
Vou contigo

Sinaliza.

Só não me deixa assim,
nessa angústia da espera...

Navegar é preciso

"Navegue, mergulhe, descubra tesouros, mas não os tire de lá.
Admire a Lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a Terra.
Curta o Sol, se deixe acariciar por ele, mas, lembre-se que o seu calor é para todos.
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, pois tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.
As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja qual ela for.
Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles o consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo e só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não lhe faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperança, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente!
Se estiver tudo certo, continue!
Se sentir saudade, mate-a!
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!
Circunde-se de rosas, ame, beba, cale.
O mais é nada."

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um doce olhar

Yusuf, um garoto miudinho de seus 6 anos, é um mistério. Sozinho junto ao pai, lê com desenvoltura e conversa. Se a mãe está por perto, mal abre a boca. Na presença do professor e dos coleguinhas, então, sua timidez sobrepuja toda tentativa de se comunicar. A dependência emocional que Yusuf nutre em relação ao pai, um camponês que vive de coletar mel nas florestas vizinhas ao seu vilarejo, na Turquia, está no centro de "Um Doce Olhar". Até que, em um desdobramento desafortunado, o menino se verá privado da companhia paterna - se por pouco ou por muito tempo, o diretor Semih Kaplanoglu demora a revelar, enredando a plateia na mesma angústia de Yusuf. O título turco, "Bal", significa 'mel' - e o filme segue a dois outros intitulados, no original, Ovo e Leite. Trata-se de uma trilogia em ordem inversa: Ovo, de 2007, apanha Yusuf na idade adulta; Leite, de 2008, o encontra na adolescência; e Um Doce Olhar, agora, acompanha um momento decisivo de sua infância. Lento e introspectivo, o filme é calculadíssimo na sua narrativa: quanto mais as imagens se abrem - por bem ou por mal, enfim, seu mundo terá que se expandir. (Veja dessa semana, p. 156).

O filme acompanha a jornada do menino na busca de algum sentido em sua vida. Fiquei curiosa!
Hoje estou me sentindo cansada, muito cansada...
preciso de um bom banho...
aconchego...
e silêncio eloquente...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sedução

"Sou um sedutor. Eu sei. Assim como existem os alcoólicos irrecuperáveis, os jogadores, os viciados em cafeína, em nicotina, em maconha, os cleptomaníacos etcétera, sou viciado em sedução. Às vezes o anjinho que tenho dentro de mim tenta me controlar e diz assim: 'Não seja tão filho-da-puta, Pedrito. Não percebe que está fazendo essas mulheres sofrerem?'. Mas aí aparece o diabinho e o contradiz: 'Vá em frente. Elas ficam felizes assim, nem que seja só por um tempo. E você também fica feliz. Não se sinta culpado'.
É um vício. Sei que a sedução é um vício igual a outro qualquer. E não existe nenhum Sedutores Anônimos. Se existisse, talvez pudessem fazer algo por mim. Se bem que não tenho certeza. Seguramente eu inventaria pretextos para não comparecer a suas sessões e ter de ficar lá na caradura na frente de todo mundo, botar a mão na Bíblia e dizer serenamente: 'Meu nome é Pedro Juan. Sou um sedutor. E faz hoje vinte e sete dias que não seduzo ninguém'."
Mal amanhece e já sinto tua companhia
A presença satisfaz o desejo 
Dá vigor à rotina
Nessa brincadeira que ilumina o dia

Me cuidas no decorrer da tarde
Chamas minha atenção, provocas
Vens e voltas
E juntos passamos o dia

Passaste a ser o que me tenta
Instigando minha curiosidade
Ao ser forte e amável
Forjando o prazer no jogo a dois

Agora vens cuidar meu sono
Invadir meus sonhos
Tirar o meu sossego
Ainda que sem saber

Então (des)cobre o meu corpo
Te faz meu abrigo
Me deixa ser livre contigo
Experimentar uma vez...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tu despertas em mim
ideias insensatas...
"A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós".
(Jane Austen em Orgulho e Preconceito)

Momento


Sabes bem que me deixar tocar por ti agora,
no sentido mais abstrato da palavra,
é um risco muito grande.
Posso virar uma menina e querer me entregar.
E acho que já passamos da idade de ilusões mantidas,
paixões sofridas e
amores separados na distância...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

No meio da tarde...

Adoro quando,
de mansinho e sem pedir licença,
tomas de assalto meu pensamento...

Amor

Esse é o último post da trilogia: corpo (bundas e peitos), alma e amor!
Deleitem-se!
"Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada..."
(Cazuza)

"Amar sem inquietação é amar sem amor."
"O amor ensina igualmente a ferir e ser ferido."
"Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado."
"Há vários motivos para odiar uma pessoa, e um só para amá-la; este prevalece."
(Carlos Drummond de Andrade em O Avesso das Coisas)

"Onde reina o amor, não há vontade de poder, e onde domina o poder, falta o amor. Um é a sombra do outro."
(Jung)

"É que o amor é essencialmente perecível e na hora que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há entao um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois!...Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?"
(Eça de Queiroz)

"Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói.
Pequena morte, chamam na França, a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce." (Eduardo Galeano)

"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer."
(Álvaro de Campos - Pessoa)

"Mau, com efeito, é o amante vulgar que prefere o corpo ao espírito, pois o seu amor não é duradouro por não se dirigir a um objeto que perdure. A flor do corpo que ama vem um dia a murchar – e então ele ‘se retira ligeiro como as asas’ esquecendo-se das declarações e muitas juras que fez."
(Platão)

"AMOR é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não. Amor é um exagero... Também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação, esse negócio de amor eu não sei explicar."
(Mario Prata)

"O amor não é louco. Sabe muito bem o que faz, e nunca age sem motivo. Loucos somos nós, que insistimos em querer entendê-lo no plano da razão. "
(Marina Colasanti)

"Se não podemos ver-nos, trocar idéias, nem estar em companhia um do outro, o sentimento do amor evaporar-se-á em pouco tempo."
(Epicuro)

"No te amo como se fueras rosa de sal, topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.
Te amo como la planta que no florece y lleva
dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
el apretado aroma que ascendió de la tierra.
Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
te amo directamente sin problemas ni orgullo:
así te amo porque no sé amar de otra manera,
sino así de este modo en que no soy ni eres,
tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
tan cerca que se cierran tu ojos con mi sueño. "
(Neruda no XVII Soneto de Cien sonetos de amor e una canción desesperada)

"...E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também."
(Osvaldo Montenegro)
"Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio por isso não envaidece."
"Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões."
"Fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa."
(Clarice Lispector)

"Para mí, vivir sin odio es fácil, ya que nunca he sentido odio. Pero vivir sin amor creo que es imposible."
(Jorge Luis Borges em Siete noches)

"Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha. Amizade também, todas as formas de amor."
(Caio F.)

"O menino entrega ao mundo
o dom da sabedoria
que nasce do coração.
Porque é de amor e de infância
que o mundo tem precisão."
(Thiago de Mello)

Penso realmente que o amor é essa dimensão misteriosa que rege a vida e para onde ela nos leva. Queremos entendê-lo mas, antes de tudo, vivê-lo... pois nos dá a chance de enfrentar - e  sentir na plenitude - o mais puro e feroz desafio humano: o de ser um 'eu' diante de um 'tu'. Talvez mais que isso, seja o sentimento que permeia, em constante vigília, o descompasso entre o 'tu' e o que o 'eu' deseja, viabilizando o mágico encontro entre "corpo e alma".

Dialogando com o 'Observer'

- Você confia nos homens, Lú?
- Não é preciso confiar num homem; confio em mim e isso me basta.

domingo, 22 de agosto de 2010

Num domingo à tarde...

"Nus em cima da cama, suando, eu em cima dela. Estava me recuperando de um orgasmo selvagem. [...]. Acariciei e beijei Isabel com muita ternura e cantei baixinho:

...pasarán más de mil años,
mucho más,
yo no sé si tenga amor la eternidad,
pero allá tal como aquí
en la boca llevarás
sabor a mí.
(... passarão mais de mil anos/muito mais,/eu não sei se tem amor na eternidade,/mas lá tal como aqui/na tua boca sentirás/o meu sabor)

- Não faz tanto carinho, Pedro Juan, não abusa de mim.
- Não precisa de um pouquinho de carinho?
- Preciso de um carinho há muito tempo.
- Eu também.
- Não quero mais sofrer, 'papito'. Se eu me apaixono, depois é uma encrenca só.
- É, é verdade.
Eu me virei de lado:
- Porra, que suadouro.
Ela se levantou e se vestiu:
- Abre a porta. Estamos nos assando aqui dentro. E me dá os lençóis e aquela toalha pra lavar. Você está virando um porquinho.
Abri a porta. Isabel saiu para o terraço e voltou para as panelas.
Vesti uma bermuda e me sentei na soleira da porta. Havia uma brisa fresca. Agora a coisa está começando, mas tenho medo dessa mulata. É puta e romântica e gosta de mim. Uma combinação perfeita demais. E nenhum dos dois quer se complicar. Para que procurar mais confusão? Bastam as que já temos.
(Pedro Juan Gutierrez em Trilogia Suja de Havana)

Making Off - Cléo Pires

Ela já foi assunto aqui e quero registrar que comprei a da capa preto e branco! rsrs
Voltei pra dizer que não, não... ela não é nenhuma Sabrina Sato (minha ídola!), mas as fotos - o que dá pra perceber muito bem no 'making off' - são de uma espontaneidade! Até parece que ela protagoniza cenas desse tipo todo dia... o que não seria uma má ideia!
As mais fofinhas, cheias de jogos de luzes, são de autoria do fotógrafo Jacques Dequeker.
As mais 'hard' são do Bob Wolfenson (na minha opinião, "o" cara!).

sábado, 21 de agosto de 2010

Black Eyed Peas no Brasil!!!

Para os fãs do Black Eyed Peas,
seja pela música:



Ou por qualquer outra razão não menos relevante:
Informo que farão 09 (nove) apresentações no Brasil à partir do dia 15 de outubro. A turnê começará em Fortaleza, e seguirá para Recife, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis e terminará em São Paulo, em 4 de novembro.
O grupo está em turnê mundial, divulgando seu novo disco, "The E.N.D.". O show em São Paulo, no Estádio do Morumbi, terá participação especial do DJ David Guetta, produtor do atual hit da banda, "I gotta feeling".
Com cinco discos lançados e vencedor de seis prêmios Grammy, o Black Eyed Peas é uma das bandas de maior sucesso da cena pop atual. O grupo é formado pela cantora Fergie e os cantores Will.I.Am, Apl.de.ap, Taboo.

Let's go!!!

The Slave Sonets

Soneto LVII
"Sendo-te escravo, só posso aguardar
Que teu desejo me indique o momento.
Cada hora minha é um longo esperar,
Até que eu possa te servir a contento.
Em tuas demoras com paciência,
- És soberana dos anseios meus -
Encontro doçura na amarga ausência,
Mesmo que digas para sempre, adeus.
Não ouso te perguntar, enciumado,
Nem por onde andas, nem o que fazes.
Mas, triste escravo, aguardo-te calado,
Enquanto outros contentas e te aprazes.
Meu amor obedece a teu desejo
E cego busca o mal que nele vejo."

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Chiclete

Tenho pensado mto no seguinte:
A gente gosta, se apaixona, ama (e aqui falo do sentimento por outras pessoas que não os consanguíneos)... mas todos esses estados da alma levam necessariamente a algum tipo de dependência?
Explico: quem gosta depende tanto do outro a ponto de ter necessidade de estar grudado todo o tempo possível?
Todos nós temos uma tendência a grudar, dependendo do grau de envolvimento; ou uns sempre grudarão, outros nunca grudarão e alguns grudarão algumas vezes?!?!
O grude vem acompanhado necessariamente de ciúme?
O que sente a pessoa que quer andar sempre grudada na outra?
E a que não quer/gosta de grudar ou ficar grudada?!
Para o senso comum mulher que gruda está apaixonada e homem que gruda é bobão?!
O 'chicletismo' é um tipo de patologia?
E como ficam os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade diante da tenacidade excessiva?!
Espero que as "Babalús" e os "Adams" se apresentem e se expliquem!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Julio Cortázar

"Ele é considerado um dos autores latino-americanos mais brilhantes de todos os tempos. Por isso o mundo das letras exultou ao serem encontradas uma série de escritos, artigos e crônicas de viagem, autoentrevistas e perfis de personalidades, por sua viúva, numa velha cômoda do casal, 25 anos após a morte dele. Os textos, de tirar o fôlego, foram reunidos nesse livro, excelente porta de entrada para aprodução dos mestres portenhos. Um luxo para o cérebro." (Revista Cláudia de agosto)

Ah, ter tempo para ler tudo isso... Mas fica a dica!

"A gente tem uma palavra muito boa, aqui, para o local onde se nasce: querência.
É como os gaúchos do interior chamam o lugar onde o animal nasce
e para onde volta quando sente a morte chegar."
(Caio F.)


Déa, to acabando a biografia do Caio. Que pena...
Bem, o fato é que no final do livro há algumas páginas dedicadas ao retorno à POA, à casa no Menino Deus. Achei mto bonito. Vou escanear e mandar pra ti! Beijos!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Sou homem do durante. Do meio. Do decorrer. Nada contra quem pensa o contrário, mas é um pouco de soberba inaugurar ou fechar o mundo.
Quando se ama uma mulher, é preciso a safadeza, a vontade sem pudor, o desejo diabólico, a tara. Não se conter, não se represar. A ânsia, a violência e a obsessão são permitidas. Mas tudo será grosseria desacompanhada da pureza.
Pureza é autenticidade. Não fingir, não disfarçar, não dizer o que não está sentindo. Já ouvi muito que sexo não é seguir a cabeça e deixar as coisas aconteceram. Sexo seria não pensar. Não concordo, sexo não é inconseqüência, é conseqüência da gentileza. Conseqüência de ouvir o sussurro, de ser educado com o sussurro e permanecer sussurrando. Perder o pudor, não perder o respeito. Perder a timidez, não perder o cuidado.
Sexo é pensar, como que não? E fazer o corpo entender a pronúncia mais do que compreender a palavra. Como se não houvesse outra chance de ser feliz. Não a derradeira chance, e sim a chance.
Uma mulher está sempre iniciando o seu corpo. Toda a noite é um outro início. Toda a noite é um outro homem ainda que seja o mesmo. Não se transa com uma mulher pela repetição. Seu prazer não está aprendendo a ler. Seu prazer escreve – e nem sempre num idioma conhecido.
Ela pode ficar excitada com uma frase. Não é colocando de repente a mão na coxa. Ela pode ficar excitada com uma música ou com uma expressão do rosto. Não é colocando a mão na sua blusa. Mulher é hesitação, é véspera, é apuro do ouvido.
Antever que aquelas costas evoluem nas mãos como um giz de cera. Reparar que a boca incha com os beijos, que o pescoço não tem linha divisória com os seios, que a cintura é uma escada em espiral.
É comum o homem, ao encontrar sua satisfação, recorrer a uma fórmula. Depois de sucesso na intimidade, acredita que toda mulher terá igual cartografia, igual trepidação. Se mordiscar os mamilos deu certo com uma, lá vai ele tentar de novo no futuro. Se brincou de chamá-la de puta, repete a fantasia interminavelmente. Assim o homem não vê a mulher, vê as mulheres e escurece a nudez junto do quarto.
Amar não é uma regra, e sim onde a regra se quebra.
Não se come uma mulher, ela é que se devora."

Quando vires uma mulher agarrada a um chocolate com uma ânsia maior do que a normal, corra!
Com certeza é TPM das brabas!!!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Servidão

“É certamente por isso que o tirano nunca é amado, nem ama: a amizade é um nome sagrado, é uma coisa santa; ela nunca se entrega senão entre pessoas de bem e só se deixa apanhar por muita estima; se mantém não tanto através de benefícios como através de uma vida boa; o que torna um amigo seguro do outro é o conhecimento que tem de sua integridade; as garantias que tem são sua bondade natural, a fé e a constância. Não pode haver amizade onde está a crueldade, onde está a deslealdade, onde está a injustiça; entre os maus, quando se juntam, há uma conspiração, não uma companhia; eles não se entre-amam, mas se entre-temem; não são amigos, mas cúmplices.
Ora, mesmo quando isso não impedisse, ainda seria difícil encontrar um amor seguro em um tirano, pois, estando acima de todos e não tendo companheiro, já está além dos limites de amizade, cuja verdadeira presa é a igualdade, que jamais quer claudicar, e caminha sempre igual. Eis porque há entre os ladrões (dizem) alguma fé na partilha do roubo: porque são pares e companheiros; e se não se amam entre si, ao menos se temem e não querem tornar menor a sua força desunindo-se. Mas os que são favoritos do tirano nunca podem ter certeza alguma disso, posto que aprendeu com eles mesmos que tudo pode e nada há, direito ou dever, que o obrigue, no arrogo de fazer sua vontade contar como razão, e de não ter companheiro algum mas de ser de todos senhor. Não é, portanto, uma lástima que, vendo tantos exemplos notórios, vendo o perigo tão presente, ninguém queira aprender à custa de outrem e que tanta gente de tão bom grado se aproxime dos tiranos? Que não haja um só que tenha a ponderação e a coragem de lhes dizer o que diz a raposa ao leão que fingia-se de doente, como sustenta o conto: de bom grado iria te ver em tua cova; vejo muitas pegadas de bichos que vão até a ti; mas não vejo uma só que volte para trás!”
(Antoine de La Boetie em Discurso da Servidão Voluntária).
A ilusão da perfeição já não existe mais
A perfeição já não é mais objeto de busca
embora a busca seja sempre uma constante
Constante é a efervescência do pensamento
pensamento que voa por entre variadas possibilidades
Mas possibilidades apenas imaginadas sucumbem à ausência
e essa ausência logo ocupa todos os espaços
Espaços são tantos que carecem ser preenchidos
E não há nada que melhor os preencha do que o teu olhar no meu.

domingo, 15 de agosto de 2010

Rute

"No quarto pequeno
onde o amor não pode nem gemer
admiro minhas lágrimas no espelho, sou humana,
quero o carinho que à ovelha mais fraca se dispensa.
Não parecem ser meus meus pensamentos.
Alguns versos restam inaproveitáveis,
belos como relíquias de ouro velho quebrado, esquecidas..."

Timing

Sempre considerou poucas coisas na vida realmente difíceis de resolver.
Mas uma, em particular, sempre a incomodou: 'timing'... mais especificamente nos casos em que quando ao desejar, se apaixonar, amar, não se encontra eco, seja por falta de reciprocidade, porque estão em momentos distintos de suas vidas ou simplesmente porque o outro não está pronto.
Isso acontecia com ela desde a adolescência, com o primeiro namorado. Ela queria, ele não. Ela insistia. Nada. Passado um certo tempo, realmente não importava mais a ela se depois viesse a querer. Não quis no tempo dela e isso era um grande problema. E, ainda que fosse o oposto, na maioria das vezes aquele pequeno descompasso era irremediável...
Esse é fundamentalmente o risco de quem escolhe.
De quem se arrisca.
De quem procura, bate os olhos, enxerga o outro por dentro, se entrega, e não é correspondido. Ou, quando é, o objeto do desejo permite apenas o contato superficial, seja porque além disso não consegue se entregar, seja por timidez, insegurança ou medo.
É triste, doloroso, e para ambas as partes. Principalmente porque algumas pessoas, depois de maduras (talvez antes mesmo, pois é uma semente que carregamos no peito), não querem mais brincar com o sentimento alheio, permitir que expectativas suplantem a sinceridade, proferir palavras que ultrapassem a justa medida do sentimento, só para agradar.
Não queremos mais ilusões. Elas não nos cabem mais. Não há mais tempo, nem achamos honestos jogos ou qualquer outro tipo de simulação que talvez, outrora, fizesse sentido para alguém ainda novato na entrega, no jogo da sedução, da paixão. Para quem ainda tem cuidado com o outro (com os que valem a pena, 'of course') isso não é maldade, é pureza.
E em algumas pessoas, o charme, o encantamento, não é uma arma, é inato... espontâneo, natural...

No fundo, bem sabia que sempre entrava na vida alhei feito ventania... era sedutora, neurótica, sincera, divertida, mandona, feminina, perspicaz, criativa, tudo permeado por um tanto de malícia... com carinho; carregada de histórias, gargalhadas e convicções (não eternas, as do momento, pois que tudo muda); palpites; ideias; jeito; manias... Chegava e se instalava sem nem pedir licença.
Ocorre que tinha uma profunda necessidade de isolamento.
E detestava sentir-se sufocada.
Amava a liberdade.
Isso encantava o parceiro num primeiro momento... fazia com que se quisesse mais, num segundo... e no fim sempre se constatava que nada mais seria como antes...
Na verdade, isso ela sempre quis. De uma forma ou de outra, é fundamental que nos tornemos indeléveis por onde passamos. Queremos deixar sinais, registros, marcas. É quase instintivo...
Alguns não suportaram...
Mas se desses sinais, dos registros juntos, das marcas na rotina e no pensamento, o saldo for positivo, já terá valido a pena.

E por fim, inesperadamente, leu:

"Nunca diga te amo se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém se não quiser vê-lo se derramar em lágrimas por causa de ti.
A coisa mais cruel que alguém pode fazer é permitir que alguém se apaixone por você quando você não pretende fazer o mesmo." (Mario Quintana)

E sentiu-se triste... repreendida por ter se permitido experimentar...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

"Desculpem eu ser eu.
- Quero ficar só!, grita a alma do tímido que só se liberta na solidão.
Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas."

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Salve a Casa do Caio Fernando Abreu: Campanha na Zero Hora!

Salve a Casa do Caio Fernando Abreu: Campanha na Zero Hora!:

Pessoal, provavelmente amanhã, no caderno de literatura da Zero Hora, saia uma reportagem sobre a campanha para salvar a casa do Caio.

Fiquem atentos!
E continuem divulgando!!
E como diria o cara

"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda"

Caio Fernando Abreu.