segunda-feira, 31 de maio de 2010

Take care, my dear

Don't be so quick to judge me;
you only see what I choose to show.
(E.B.)

Elogios são sempre bem-vindos!

Quando mestres elogiam, só cabe transcrever...
Ruy, obrigada pelo "guria" e pela generosidade!

"CAIXA DE RECLAMAÇÕES
31 de Maio de 2010 às 13:23
Ruy Gessinger

Estou deveras maravilhado com o crescente número de acessos do meu blog. E sei que é só gente supimpa. Estou ciente de que o meu é algo árido, metafórico, reflexivo, mas acho que estou no caminho certo e não vou descambar para querelas ou questiúnculas, pois aí seria cansar minha beleza e eu poderia criar rugas desnecessaria e inutilmente.
Mas meus doces amigos reclamam que não abordo os temas que afligem a todos nós, que são os do Judiciário e do Direito.
Bueno, depois do bate=-boca por mails que protagonizaram dois excelsos ministros do STF - e que só a mídia gaúcha não deu - o que mais vou dizer? Não é de hoje que muitos sacerdotes da Justiça não se comportam com as galas que o nobre cargo requer. Tudo em nome do populismo tão a gosto do Brasil Tropical.
Mas, diga-se, a bem da verdade, que os juizes de carreira estão cumprindo anonimamente seu papel.
Assusta-me, porém, um pouco, que juizes e Tribunais, aqui e ali, atendendo ao clamor popular que quer justiciamento, execução sem julgamento, comece a proferir decretos de prisões cautelares, com valência quase condenatória, sem a devida parcimônia e com frontal ataque à Constituição.
O que é certo, porém, é que temos que reconstruir nosso modelo de recrutamento tanto de juizes de carreira como dos cargos nos Tribunais Superiores.

EM TEMPO: DOIS BLOGS QUE RECOMENDO VEEMENTEMENTE.
http://blogdofernandoalves.blogspot.com/
muito interessante o que escreve e através dos favoritos dele vários acessos inteligentes
e
http://milfacesdeluiza.blogspot.com/
a guria é de Santa Catarina e vale a pena colocar nos favoritos."

Em: http://blog.gessinger.com.br/2010/05/

Sob o signo de leão

O luar tornava tudo mais claro.
E embora tivesse relutado a noite toda, naquele instante a brisa do mar teimava em levar o pensamento pra muito longe dali...
Desolada, fumava um cigarro, aguardando o grupo que se preparava para sair.
E ali mesmo, em pé na calçada, com o olhar distante, distraída com seus pensamentos, ouviu alguém gritar: "Paixão!"
Sentiu o corpo inteiro estremecer.
Reconhecera o tom de voz.
Há alguns dias ainda dizia que precisava de uma notícia de alguém distante e por alguns segundos não acreditou que tinha sido ouvida. E sabia existir realmente algo de mágico em alguns reencontros. Nesse ainda mais. Alguma coisa que reúne duas pessoas que parecem ter se visto no dia anterior intriga... e quanto tempo se passara desde o último encontro acidental? Seis anos, sete?
Ela acenou. Subiu-lhe o corpo o calor de uma felicidade tão necessária naquele momento, que o sorriso se abriu, indisfarçável.
Novamente viu o carro ser largado no meio da rua, como se ela fosse a coisa mais importante do mundo e o resto pudesse esperar, e que, em razão disso, tudo deveria parar naquele exato instante. Não parava, mas ele insistia em pensar assim.
Sentiu-se confortável ao reconhecer aqueles traços do guri desencanado... os cabelos de ventania... a roupa no harmonioso desalinho de sempre... apesar de algumas rugas e de o corpo estar um tanto mais forte. Quantas vezes se perdera naquele abraço?! Dessa vez não se permitiria, tinha certerza. Havia se fechado novamente. Não estava pronta ainda.
Os demais, de pronto compreenderam que dali ela não mais os acompanharia e seguiram plenos de sorrisos cúmplices, daquele jeito que sempre a inibia.
Enquanto isso, os dois ainda desfrutavam apenas da presença... sem saber muito o que dizer, como agir, o que pensar.
Partiu dele a ideia da conversa na praia. Estranhou quando ela, de forma contida, ponderou que isso já não lhes seria mais possível como na adolescência, porque o tempo não permitia e já não eram mais os adolescentes que foram... ele sabia que esse discurso não combinava com aquele espírito livre de outrora e que algo havia ali a ser descoberto.
O frio fez com que aceitasse acompanhá-lo. Um vinho sempre caía bem em noites como aquela.. e permitiria que se abrissem com toda a intensidade e compartilhassem as histórias vividas nos últimos anos. Apesar da seriedade que alguns momentos exigiram, acabaram rindo e relembrando o passado... um tanto melancólicos...
Surpresa, percebeu que por mais insólito que pudesse parecer, a distância os tinha aproximado. Tornara-os amigos. Íntimos, é verdade... e raro!
E depois de ouvir tantas confissões, conseguiu compartilhar com ele o que lhe afligia o peito.
Logo com ele, que tanto apreciava vê-la nos poucos momentos de fragilidade que se permitia demonstrar.
Ouviu a tudo atento como sempre... enxugou as lágrimas com o carinho de sempre... ofereceu-lhe colo com a liberdade de sempre... criticou-a com a firmeza de sempre... explicou como os homens sentem com a paciência de sempre...
E ela se deixou ficar... pelo desvelo com que lhe tratara, pela paz que lhe proporcionara... sob o olhar terno que teimava em perscrutar aquele jeito de mulher-moça que tanto o encantava.
Riram... brincaram... se provocaram... os corpos se tocaram... mas, já cansados, dormiram abraçados até que as primeiras luzes da manhã invadissem a sala.
L. Fontes

domingo, 30 de maio de 2010


deixei que fosse embora, achando que era pouco.
pequena gota d'água.
deixei que fosse embora, sem saber que eu secaria com o tempo. que viraria deserto.
(Eduardo Baszczyn)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Reflexivo(a)

"O que não escrevi, calou-me.
O que não fiz, partiu-me.
O que não senti, doeu-se.
O que não vivi, morreu-se.
O que adiei, adeu-se."
(Affonso Romano de Sant’Anna)

Tudo invades tu

Estava perdido nos confins da terra que tanto amava.
Levava uma vida de pequenos prazeres naquilo que entendia ser o melhor a usufruir. Se escondia num cotidiano sem esperanças. Fugia dele nos livros e nos amigos como se confiasse que um dia tudo mudaria. Convicto, pensava não ser necessário intervir nas voltas do mundo. E esperava o tempo passar nos pequenos goles da bebida quente, como se não houvesse mais o que fazer.
E entrou de mansinho no universo dela que, quando se apercebeu, estava todo tomado.
Ele era um menino grande, de ideias arrebatadoras, guardadas sob uma aparência circunspecta. Tinha um jeito ponderado de falar, um olhar calado e a expressão distante, como se nunca estivesse conectado à pequenez das coisas que são desse mundo. A inteligência o fez criar um mundo particular, onde se metia diuturnamente em divagações constantes. Esforçava-se para descer quando ela requeria atenção, mas logo tornava a subir, entretido em seus próprios pensamentos...
Ao mesmo tempo em que parecia ter uma facilidade em arrumar as malas e ganhar o mundo, havia um arraigamento que o paralisava. E os seus não estavam todos feito rebanho num mesmo lugar... estavam espalhados. Só ele teimava em ficar. A mente era livre. O coração estava preso.
Ela já havia alertado que é preciso espantar os fantasmas, colocar as imagens em ordem, cada uma em seu lugar, para ver o que realmente sobra. Ele não a compreendia. Ou ainda não lhe era possível realizar.
Os sonhos de grandes aventuras, emocionantes viagens e paixões avassaladoras existiam na abstração do pensamento que sempre lhe assombrava... mas a concretude de tudo o que possibilitaria esses arroubos estava prestes a ser anotada em algum caderno que nunca compraria.
A companhia dos mais velhos o agradava. E sempre de homens ousados, como se neles projetasse tudo o que pretendia, mas sabia não ter coragem de inscrever em sua própria história. Era como se aprendesse para guardar, pois até a descendência do seu nome nunca cogitara seriamente. E com eles criava laços indissolúveis, como se fora o protagonista da história do outro e responsável pelo rumo que tomaria.
E sempre que ela percebia que o medo lhe tomava o espírito, suplantava tudo o que lhe era mais caro para ir em sua direção. Era então que se davam as conversas mais profundas, brotavam com facilidade as palavras mais significativas, como que numa delicada carícia no homem que existia apesar dela.

Tudo é possível quando há a entrega, o encantamento, a confiança, o desejo, a cumplicidade, o respeito, a admiração, o carinho, a delicadeza, o apaixonamento... necessários.

L. Fontes

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vivendo felizes para sempre

"Costumávamos arrancar faíscas
um do outro.
Nossos olhos se encontravam,
ou nossas mãos,
e o raio azul do amor
queimava o ar.
Agora somos brandos.
E nos refestelamos
na mesma cama sonolenta,
pele da minha pele,
cabelos da minha cabeça,
suor do meu suor
você é meu sangue,
irmão e mãe
tudo em um só,
esposo, amante, inspiração e consolo.
Amo você ainda melhor
sem faíscas.
Somos seixos ao sabor da maré,
Revirando um sobre o outro.
As ondas quebram sobre nós,
a pulsação irregular
do oceano dirige nosso sangue,
mas estamos nos polindo
um contra o outro.
Estamos vivendo felizes para sempre?
O que acontecerá
Ao meu amor de cataclismos?
Meu amor de faíscas e fogo,
meu amor de gelo?
Seixo companheiro,
que reviremos
um sobre o outro
Talvez as faíscas sejam mais claras
debaixo d’água."
(Erica Jong)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sade

Sim, sempre AMEI! E saiu o novo CD! Acabei de ouvi-lo todo! Vale conferir, de preferência, acompanhada!
Ela tem (e mantém) aquela voz aveludada e aquelas baladas que incitam... bem, se vc tem mais de 30, deve saber muito bem o que incitam essas baladas...
Enjoy it!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

“Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei....
O amor é quando a gente mora um no outro.”
(MÁRIO QUINTANA)

domingo, 23 de maio de 2010

Encomenda

Almendrados


250 gramas de amêndoas em pó
200 gramas de açúcar
2 claras
Pré-aqueça o forno a 180 graus.
Bata as claras em neve, acrescente metade do açúcar e bata um pouco mais, até firmar.
Acrescente a farinha de amêndoas previamente mesclada à outra metade do açúcar. Mexa delicadamente. A massa ficará firme e pegajosa.
Com as mãos ligeiramente untadas com manteiga, ou com um saco de confeiteiro, faça bolinhas do tamanho de meia noz.
Disponha as bolinhas sobre papel manteiga, coloque uma amêndoa crua sobre cada uma e pressione ligeiramente a amêndoa com a ponta do dedo para dar a forma do almendrado.
Asse por 10 a 12 minutos, ou até que fiquem douradinhos.
Desenforme depois de frios, pois, como os cookies, os almendrados saem do forno um pouco quebradiços, mas vão ganhando firmeza à medida que vão esfriando.
Rende 50 almendrados.

Foi encomendado, mas quem quiser provar vai ter que vir pegar!

sábado, 22 de maio de 2010

"Si algo me gusta, es vivir
Salir, salir al aire libre, al aire..."
(Blas de Otero)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Desafio aos leitores vorazes!

Últimas Palavras
"Se os contos de fada fossem uma fórmula definitiva para todo tipo de narração, todas as histórias do mundo poderiam terminar com "... e viveram felizes para sempre". Mas na vida real (ou quase isso), as histórias terminam de forma bem mais variada, poética e emocionante. Eu sempre adorei frases finais de livros. Confesso que, desde pequena, me era enorme a tentação de dar uma espiada na última linha, antes mesmo de começar a brochura. Cá entre nós, até hoje faço isso.
Há quem vá dizer que é um absurdo, que isso estraga o livro, que é como saber o final do filme. Digo: nada a ver. Eu gosto tanto de ler (e, convenhamos, tão dificilmente o enredo se conclui em uma única frase) que aviso a todos: é seguro ter essa mania. E, por ter essa mania, juntei um monte de finais - alguns de cabeça, outros de pesquisa - para ver quem aí conhece um livro não só pela capa, mas pelo rabo.
Leiam atentamente. Alguns tiveram certos nomes trocados por um "piiiiiiiii", para não estragar. Depois, corram lá me contar qual final pertence a qual obra!

1. "A gente nunca devia contar nada a ninguém. Mal acaba de contar, a gente começa a sentir saudade de todo mundo."
2. "Estou pensando em bisões extintos e anjos, no mistério dos pigmentos duradouros, nos sonetos proféticos, no refúgio da arte. Porque essa é a única imortalidade que você e eu podemos partilhar, minha piiiiii."
3. "Quero acreditar, mas não posso ter certeza, não se pode ter certeza de nada, que Deus me terá em Sua Glória e sei que Ele agora está rindo."
4. "Existe é homem humano. Travessia."
5. "... ele tinha sido um menino feliz!"
6. "- Que ferro! Podia ter trazido a Alphonsine! E foram tomar xerez à Taverna Inglesa."
7. "piiiiii, a exemplo de piiiiii, tinha a maior afeição por eles, pois, além de tudo o mais, nunca se esqueceram da gratidão que deviam às pessoas por cujo intermédio eles tinham reatado as suas relações, durante aquele passeio pelo Derbyshire."
8. "O velho sonhava com leões."
9. "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
10. "Tem mais não."

Texto dedicado à distraída doçura de Renata Losso, que me inspirou estas linhas de lá do outro lado do Atlântico e me ensinou um dos fins descritos acima."

(Clara McFly às 11:31 AM, do excelente, embora inativo: http://www.garotasquedizemni.com.br/)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

...e uma canção desesperada

"Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pêlo,
e pelas ruas vou sem nutrir-me, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desequilibra,
busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto de teu riso resvalado,
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado em tua beleza,
o nariz soberano do arrogante rosto,
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas

e faminto venho e vou olfateando o crepúsculo
buscando-te, buscando teu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratúe."
(Neruda, claro)

domingo, 16 de maio de 2010

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é!"

sábado, 15 de maio de 2010

Tudo que direi a minha filha

"Se mostre uma mulher de valores fortes. Pessoas que prestam buscam nada menos que pessoas que prestam"Até onde tenho notícias, não possuo herdeiros biológicos. Quanto mais uma garota adolescente toda macia e perfumada, tarada pela iniciação ginecológica. Chegará minha vez de pagar pelos himens complacentes que despedacei em lugares apertados e abafados pela voz esganiçada do Axl Rose. Mas graças ao bom deus não é o momento.
Já pensou ter de cercear o namoro da sua garotinha com a Sthefany Meyer e seus vampiros punheteiros tão em alta? Você atende a campainha esperando um genro cordato e dá de cara com um Nosferatu júnior, um Batman anêmico, o filho do Zé do Caixão. Seria demais pra mim. Não é Halloween, meu filho! E é sem travessura ou gostosura com filha minha! No jantar de apresentação eu já faria minha especialidade. Macarrão alho e óleo. Com alho extra. Eu mereço.
Pais podem ser muito tiranos, mas não lhes tiro a razão. E olha que já tive de pedir em namoro uma garota que saía há poucas semanas sob a mira de uma faca de pão. Pai tirano é comigo. O fato é que pais agem pela emoção diante de tudo que pode ocorrer com suas filhas. Recentemente, tive notícia de uma menina de pai rígido que resolveu se aventurar escondida e retornou pra casa paraplégica, vítima desses moços velozes e furiosos que mal controlam a própria ejaculação, quanto mais um volante. É duro.
Uso a razão toda vez que escrevo uma crônica sobre o comportamento amoroso de homens e mulheres. Quem forma opinião deve ter a mente elástica, deve ponderar e selecionar os vocábulos. Mas se tivesse de falar à minha filha, o sermão seria outro. Homem é homem, minha filha. Pau é pau, não confunda. Pau é diversão, como o Palhaço Pirulito que animava suas festinhas, lembra? Ele vinha, fazia aquela algazarra toda, seus olhinhos brilhavam e choravas toda santa vez que ele recebia o ordenado, despintava a cara de pau e saía. Mas ele era um palhaço, minha filha. Tinha de ir embora. Era engraçado, prazeroso, lúdico, eu sei. Mas era um palhaço e fuzarquear era sua única serventia.
Um palhaço vai te acompanhar no pronto-socorro de madrugada e segurar sua mão na hora do benzetacil na bunda? Imagina um palhaço ralando pra botar bife e batata frita na mesa? Palhaço lava o banheiro? Se sua mãe falecer, o palhaço estará no velório a te abraçar forte? Não. Homem é como o papai. O palhaço é um pau. Você desfruta e o deixa ir, sem dedicar um mililitro de lágrima. Combinado?
Um dia você vai se deparar com um homem. E tenha cuidado ao diferenciá-lo dos Palhaços Pirulitos da vida. Se mostre uma mulher de valores fortes e definidos, pois um homem requer ao seu lado um alguém de conduta compatível com a dele. Pessoas que prestam buscam nada menos que pessoas que prestam. Essa é a única verdade que direi à minha filha, sem me preocupar em ter uma visão ponderada e anti machista. Sente em cima, lamba e esfregue na cara quantos paus você quiser, dê sem dó ou restrição, em todas posições possíveis e impossíveis, sempre com camisinha ou exame de HIV em dia. Mas jamais esqueça: todo pau é um palhaço, não um homem. Homem te ama, te cuida, te protege. Homem não te persegue, anda do seu lado. Homem não te abandona.
Tudo isso, claro, após seus 25 anos, quando ela terminar a faculdade e estiver apta a namorar. E três vivas para o ensino à distância." (Gabito Nunes).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sentimentos

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Interesse é um ponto de exclamação ou interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e empresta pros outros.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente, não podia.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Paixão é quando apesar da palavra “perigo” o desejo chega e entra.

AMOR é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não. Amor é um exagero... Também não.
Um dilúvio,
um mundaréu,
uma insanidade,
um destempero,
um descontrole,
uma necessidade,
um desapego?
Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
esse negócio de amor eu não sei explicar.
(Mario Prata)

Saudade é o amor que ficou...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Inveja, o mal secreto

"Ciúme é querer manter o que se tem;
cobiça é querer o que não se tem;
inveja é não querer que o outro tenha."
(Inveja, o mal secreto; de Zuenir Ventura; Coleção Sete Pecados)

Tesão feminino

Sobre tesão feminino (para namorados frouxos)
"Mulher sexualmente saciada não é aquela que sentou em mil paus, mas aquela que se entrega ao prazer sem limites.

Pergunta: "Recentemente passei a frequentar aulas de defesa pessoal. Acontece que nos treinamentos, a possibilidade de ser atacada por um homem mexeu com meu tesão. Certa noite ao transar com meu namorado pedi a ele que simulasse um sexo à força, me batesse e me xingasse. Ele ficou revoltado, me chamou de vadia e agora mal fala comigo. Não consigo negligenciar esse desejo, mas me sinto culpada. O que eu faço?" (Nívea, 25 anos).
Dr. Odvan, com o poder inconformado da oratória
Parabéns, Nívea. Você é uma mulher com coragem de viver seus desejos ao contrário do seu homem (?) que paira ante o computador socando punheta enquanto você dorme feito anjinho no quarto. As pessoas têm vontades sexuais distintas. Enquanto a sua é ser violentada, a do seu homem (?) pode (provavelmente) ser dar o próprio rabo. Mas você externou seu afã, ao contrário dele.
O seu relacionamento em questão
Ainda que ambos tenham atração suficiente para cultivarem um namoro firme, a manutenção do mesmo depende da afinidade. Hoje são divergências carnais, amanhã pode ser leite desnatado ou integral, Paris ou Malásia, luz negra ou fluorescente. Se você gosta de levar um tapa na cara durante a transa e seu homem (?) pensa que isso te faz uma vadia inveterada, digna do cais do porto, há um desacordo abismal entre vocês, sinto dizer. Ignorando seu desejo feminino, temo adiantar que não existe mais uma relação salutar.
Certos homens jamais verão uma mulher em êxtase
Certos homens jamais verão uma mulher em êxtase. Tenho pena deles. Entenda que o preconceito de seu homem (?) é resultado de uma série de influências, que adubaram o modo como ele enxerga o mundo. Crenças, mandamentos, costumes. Ele precisa entender a apreciar o gozo de uma mulher, coisa que provavelmente esqueceu de se dedicar, julgando nada mais relevante na sua biografia sexual que o próprio pau.
Jogo dos 7 acertos (coisas que ele precisa saber sobre tesão feminino)
1. Garotas também têm um apetite intenso, porém mais elaborado, complexo e mental, e mais propenso a se manifestar de maneiras pouco exploradas culturalmente (cinema, literatura, novelas). Por isso seu amedrontamento com o desconhecido;
2. Satisfazer os desejos de cada um dentro do relacionamento é um ponto centrífugo para a felicidade a dois;
3. Na vida erótica, precisamos afastar o outro de sua dignidade subjetiva, o considerando apenas como corpo. É por isso que a maioria, na hora do sexo animalesco, não profere palavras de carinho, mas xingamentos pejorativos, transformando o parceiro em carne subordinada ao desejo;
4. A fantasia da puta (ou alguma subversão da mulher) é essencial para que ocorra o gozo feminino, por razão do ponto cume do prazer delas morar na disponibilidade de entregar-se sem regras ou condições;
5. Ser feminina é aceitar a fantasia do homem. O que você, como mulher, quer dizer ao namorado quando pede a ele que a coma asperamente é que está a ofertar inteiramente seu corpo para que ele a use como quiser. É como ping-pong, você dá para que seu corpo volte todo a você. Psicologia muito ligada à fantasia da puta na cama;
6. Quando uma mulher recebe a informação de que o homem vai fazer isso ou aquilo com o corpo dela, sem pedir licença, ela chega a um grau de excitação altamente orgástico;
7. Uma mulher sexualmente saciada e alegre não é aquela que sentou em mil paus, mas aquela que se entrega ao prazer sem limites e não negligencia suas vontades, visto que a fantasia da submissão é um meio da mulher alcançar a ampla liberação sexual, castrada pela sociedade longe das quatro paredes.
Faça-o saber. Se não funcionar, dê de presente a ele o livro "Prostituição: O Eterno Feminino" (Editora Escuta), da psicanalista gaúcha Eliana Calligaris ou dê sua rapadura para quem tem dentes (olha euzinho aqui!).
Abraço, Dr. Odvan." (Gabito Nunes)

Disponível em: www.carascomoeu.com.br

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Kafka

“Mãos femininas realizam muita coisa em silêncio.”

Molière

“Não, não, a constância é boa para os rústicos.
Todas as belas mulheres têm o direito de fazer-se enamorar.”

domingo, 9 de maio de 2010

Às mães

Que a tua terra seja fértil e nela possam germinar as pequenas sementes de felicidade...
Que o teu jardim seja sempre bem cuidado, regado e adubado, para que as sementes se tornem lindas flores e nelas carreguem um pouco de ti...
Que a tua sabedoria seja suficiente para que consigas deixá-las crescerem sem podá-las tanto e sem ter que colocar muros e cercas ao redor...
Que a tua paciência seja infinita, permitindo que presencies desde as menores pérolas do aprendizado...
Que o teu carinho seja imenso para que possas usufruir da reciprocidade pura que existe em cada um desses seres....
Que o amor que há em ti seja bastante para eternizar cada momento especial e apaziguar tudo o mais, permitindo que a paz reine absoluta sobre os anseios, as angústias, as inseguranças...
Isso e tudo o mais que há de bom em ti, te fará forte e apta a acolher tantas sementes quantas te forem destinadas.

Recorda

"Cada alma tem seu íntimo recato
N'uma estrela perdida
E cada coração intemerato
Tem na estrela uma vida.

Aplica o ouvido à correnteza fria
Dos golfões da matéria
E recorda de que lama sombria
É composta a miséria.

Recorda! Sonha! Nas estrelas erra,
Beduíno do Espaço
Aos sonhos brancos, que não são da Terra,
Dá, sorrindo, o teu braço...

Dá o teu braço, pelos céus sorrindo
E recordando parte
E hás de entender os claros céus, sentindo
Que andas a recordar-te.

Ah! volta à infância dos primeiros beijos,
Dos momentos sidéreos
Volta à sede dos últimos desejos
Dos primeiros mistérios!

Ah! Volta nos desenganos primitivos,
Volta à essência dos anos,
Volta aos espectros tristemente vivos,
Ah! Volta aos desenganos!

Volta aos serenos, floridos oásis,
Volta aos hinos profundos,
Volta às eflorescências dos lilazes,
Volta, volta a esses mundos!

Fique na Sombra e no Silêncio d'alma
Todo o teu ser dolente,
Para tranqüilo, com ternura e calma,
Recordar docemente...

Pois a cabeça, meigamente pousa
Nesse augusto quebranto
E nem da Terra a mais ligeira cousa
Te desperte do encanto.

Para a Dor, para o Amor e para o Sonho
Nas esferas transborda...
E entre um soluço e um segredo risonho
Recorda-te, recorda... "
(Cruz e Souza)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Esquema - Mundo Livre S/A



Não é uma delícia de música?!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pessoa

“Referem os astrólogos os efeitos em todas as cousas à operação de quatro elementos – o fogo, a água, o ar e a terra. Com este sentido poderemos compreender a operação das influências.
Uns agem sobre os homens como a terra, soterrando-os e abolindo-os, e esses são os mandantes do mundo.
Uns agem sobre os homens como o ar, envolvendo-os e escondendo-os uns dos outros, e esses são os mandantes do além-mundo.
Uns agem sobre os homens como a água, que os ensopa e converte em sua mesma substância, e esses são os ideólogos e os filósofos, que dispersam pelos outros as energias da própria alma.
Uns agem sobre os homens como o fogo, que queima neles todo o acidental, e os deixa nus e reais, próprios e verídicos, e esses são os libertadores.”

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fica bem


"As relações são postas na balança quando o sentimento não pesa mais. Não me peça pra ficar, não pergunte se tem voltaPrepare-se para me odiar para o resto de seus dias. Foram noites e noites inquietas, brigas opulentas provocadas de propósito, acusações infantis sobre defeitos que você não tem e um piriri desgraçado de nervoso. Mas chega a hora que se queixar apenas não basta. Eu não te amo mais. Pronto, é isso.
De todos os nossos erros, na estrada longa, sinuosa e esburacada que liga nossa história do começo até aqui, tenho certeza que estou evitando o maior deles, que é morar junto de você, como programado, como sonhado. As coisas mudam, os sentimentos subvertem. Não vou dizer que nossa relação é uma mentira, mas também esquecemos de dizer a verdade. E a minha, é que há tempos venho me sentindo miserável.
Eu sei, eu sei. Toda paixão tem seu fim e resta sempre o afeto, o respeito, o companheirismo. Mas se isso segura os laços, sinto dizer que também já não há, minha conduta longe de você atesta isso. Deus sabe o quanto seus olhos misturando decepção, nojo e ódio me cortam. Admiro sua força para engolir lágrima por lágrima como se essa cena não fosse interferir eternamente em cada prefácio de amor futuro.
Mas vamos encarar os fatos. Há algo errado em dormir na mesma cama e passar quarenta dias sem uma transa sequer, nem que fosse para dar uma satisfação ao mofo dos nossos olhos, da nossa alma, da nossa pélvis. Meu beijo é seu por direito, por merecimento, por comodismo, por vício, por medo de enxergar o fim como um recomeço. Qualquer coisa que não amor. E isso não é vida.
Seria tripudiar sobre os seus frangalhos pedir que sejamos amigos, o que pela sua fisionomia, será impossível acontecer. E eu aceito isso. Mas eu não aguento mais. Não suporto mais abraçá-la sem pensar no tanto de coisas e pessoas que me esperam há sei eu quanto tempo. Não suporto mais levar os dias cinzas ou ensolarados com um sorriso lépido, amarelo e queimado na direção de você e sua família e seus amigos.
Esses últimos catorze meses de angústia e frustração foram sustentados por uma frase do Nietzsche, que diz que em tempo de paz o homem belicoso ataca a si próprio. Mas se isso é a tão buscada paz, porque o silêncio ensurdece? Por que a gente troca palavras atrozes por cada louça que se parte? Por que a gente não dorme mais com a bunda pra janela? Por que a gente cala a boca quando deveria verbalizar?
Eu quero ser feliz sem fazer todo esforço do mundo pra sentir uma pontinha de orgulho por estar aqui. Quero caminhar sem sentir um elefante embriagado se apoiando em minhas costas. Quero ser feliz sem querer ser. Não sei se é possível, mas é justamente por não saber que estou deixando você. Eu quero não saber.
Eu poderia sim pôr tudo na balança, nossas viagens, nossos álbuns de fotografia, o convívio familiar, nosso aniversário que se avizinha, o guardarroupa que recém adquirimos juntos em doze prestações de lembranças, mágoas e sofrimento. Mas as relações são postas na balança quando o sentimento não pesa mais.
Se eu tiver o direito de fazer um último pedido, não chore na minha frente, nem peça pra eu ficar, não pergunte se tem volta. Nada vai me livrar de seguir. Se trazer isso à tona de forma tão dolorida é o único jeito de salvar nossa alegria de viver, eu arrisco esse relacionamento.
A vida precisa ir adiante, mesmo sabendo que estaremos modificados para sempre depois desse estrago. Espero que um dia você seja capaz de me perdoar. Não precisa ser agora. Desculpa. Mesmo. Fica bem." (Gabito Nunes).

Disponível em: http://www.carascomoeu.com.br/

domingo, 2 de maio de 2010

"Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem não há nada de estranho nisso, porque nascer é uma alegria que dói.
Pequena morte, chamam na França, a culminação do abraço, que ao quebrar-nos faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por nos encontrar e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce."
(Eduardo Galeano)

sábado, 1 de maio de 2010

Alguns homens têm alguma noção sobre algumas coisas que algumas mulheres querem

"Sem confiança na sua condução, ela não consegue se entregar emocionalmente a ponto de se entregar carnalmente. (...)
1. Da sua garota, você é protetor e não proprietário. São palavras semelhantes de conceitos díspares.
2. Brasileiro é romântico ou canalha sempre com a mulher do vizinho. Com a própria é sempre um frouxo. Inverta esta ciranda.
3. Toda mulher gosta de ser tratada feito uma puta. Na cama. E nem sempre.
4. Nem 100% das relações, elas querem ser tratadas como putas. Tem dias que querem ter seu corpo e sua alma atravessados no escuro, carinhosamente, sem estripulias. Busque interpretar a situação.
5. Não fique horas falando com ela via internet e telefone. Prefira vê-la ou concentre-se na sua individualidade. Use o orkut, messenger, celular e tuíter para apenas recados picantes ou arrebatadores, que façam a diferença.
6. Vez ou outra, a acarinhe na nuca, no dorso, nas pernas ou nos cabelos até ela adormecer.
7. Tudo que você sabe sobre prazer feminino mora no ânus, na periquita e nos seios? Friccione o couro cabeludo com a ponta dos dedos e seja feliz.
8. Chegue da balada ou algum evento social e tome a inicitiva de tirar as sandálias dela e massegeá-la no pés. Amplie sua visão sobre sedução.
9. Não deixe suas discussões de relacionamento durarem mais do que 15 ou 20 minutos.
10. Ao usar o banheiro, levante a tampa do vaso, abaixe a tampa do vaso, dê descarga e lave as mãos.
11. Tenha sempre certeza sobre o melhor restaurante onde vão jantar, do filme que vão assistir, pra onde viajarão no fim de semana. Saiba conduzir a relação.
12. Desça as escadas na frente dela e suba atrás. Caminhe do lado do meio-fio. Deixe-a passar pela porta antes. Abra a porta do carro.
13. Não leve ela a sério demais, não tenha medo dela, esteja sempre pronto para o fim.
14. Não deixe de ser fiel a si mesmo, não faça concessões demais e negligencie seus valores individuais.
15. A paquera nunca acaba. Tenha de quando em quando um trunfo ou uma surpresa a espreita.
16. Até que se prove o contrário, trate-a como a mulher certa.
17. Gentil, tranquilo e carinhoso hoje. Áspero, direto e sexualmente incontrolável amanhã. Desenvolva o poder da inconstância e force ela a decifrá-lo com frequência.
18. Não há nada mais patético que um homem que não consegue controlar ou resolver seus problemas afetivos ou desconheça suas próprias emoções.
19. Não ande na frente, tampouco atrás. Esteja sempre do lado, posto para o que der e vier. Faça com que sua presença a libere e permita que experimente suas próprias loucuras. A alegria resplandece entre casais que se sentem iguais.
20. Com iniciativa e direcionamento na sua vida fora da cama (além do seu pau), ela o recompensará com triviais iniciativas na cama. Saiba o que você quer.
21. Nunca ache que você sabe abri-la, domá-la ou emocioná-la.
22. Só a empurre contra um colchão.
23. Sem confiança e convicção na sua condução firme, limpa e justa, ela não consegue se entregar emocionalmente a ponto de se entregar carnalmente de forma total.
24. Mesmo uma atriz pornô não dispensa instantes de romance no dia-a-dia.
25. Cumpra todas as promessas que fizer.
26. Não siga nenhuma destas dicas com intuito de fazer sexo anal. Se após tudo isso, ela mesma não manifestar o desejo de ser transada por trás, me processe ou retorne ao item um." (Gabito Nunes).

Mas, afinal, o que as mulheres querem?!


Um homem bonito, divertido, simpático, inteligente e rico (não necessariamente nessa mesma ordem).
Um homem que saiba dançar (e nem precisa ser um tango ou o 'rebolation', basta ter um certo molejo).
Um homem que se insinue sem ser vulgar.
Um homem que tenha plena certeza de que não há nada de démodé em boa educação e cavalheirismo.
Um homem que esteja convicto de que a primeira conta NUNCA se divide... ele paga.
Um homem que declame um verso, um poema ou cante uma canção (sem desafinar) ao pé do ouvido na hora certa (em italiano ou espanhol, então! Bah!).
Um homem que seja sensível e tenha um lado feminino suficientemente desenvolvido para compreender questões básicas como: TPM, irritação com os filhos ou empregada, dor de cabeça na hora do sexo, que não deu pra pintar o cabelo (ou fazer a depilação) devido ao dia tumultuado.
Um homem que entenda que uma comidinha feita com nossas próprias mãos é uma forma de afeto (principalmente se feita por aquelas que não sabem cozinhar).
Um homem que tenha alguma afinidade com ferramentas, lâmpadas e coisinhas domésticas afins.
Um homem que compreenda que flores são sempre bem-vindas... não importa a hora, o dia ou o lugar.
Um homem que saiba que cueca deve causar boa impressão.
Um homem que esteja convicto que dormir de meia broxa qualquer uma e é sinônimo de cara que não é pegador (e as melhores mulheres gostam de pegadores!).
Um homem que no dia seguinte a uma noite boa tenha a noção de que um telefoneminha para saber se está tudo bem ou dizer que a noite foi aprazível é considerado uma delícia e não significa um pedido de casamento.
Um homem cuja experiência já tenha lhe demonstrado que quando uma mulher que tem muito a dizer se cala, o silêncio pode ser ensurdecedor!!!

P.S. do P.S.

E ainda: pare de procurar o ponto G, ele não existe!
Invista no ponto C, de cérebro, ele te levará ao orgasmo (simples, vários ou múltiplos),
ou ajudará a encontrar quem realmente tenha condições de te acompanhar!!!

P.S.

Ah, também concluímos não haver a menor diferença entre o U2 e os Menudos...
Continua cada um na sua (ou nós é que mudamos...):


O Bono Vox, depois de velho, ficou ainda mais
charmoso, engajado, inteligente e interessante, e o










Ricky Martin, depois de velho, saiu do armário...

Conclusões da night


- bandas que tocam músicas dos anos 80 têm todas o mesmo repertório; têm síndrome de Jimmy Hendrix (pensam que solo de guitarra é tudo!) e tocam como se estivessem na garagem de casa;
- saber a letra de "Bichos escrotos" denuncia a tua idade;
- se você não quer se sentir velho, não vá a um lugar que toque músicas anos 80;
- ontem, no meio do bar, me perguntei o que faria se um cara me passasse uma cantada barata... acho que diria: "- Sabes falar outra língua que não português?" Se não: "- Sorry, I don't speak portuguese!" Se sim: "- Então me canta em espanhol!" (isso para não sairmos do Mercosul!);
- estamos realmente no meio da "concret jungle"! Dá de tudo: homem de blazer dançando descompassadamente acompanhado de tiazinha que não se soube ser a mãe, amiga ou namorada; mocinha que parece travesti e é agarrada por um mocinho que pensa que o nome dela não é Valdemar (e nós com inveja porque ela - ou ele - beijou na boca e todas nós não... hahahah); sim, os machinhos ainda dançam atrás da gente rebolando como se estivessem praticando sexo; público GLS descolado vindo de Maceió e Sampa (absolutamente perdidos) ganhando carona na saída do bar;
- não, não ganhamos mais bebidinhas nem bilhetinhos dos rapazes da mesa ao lado;
- nem o garçon nos canta, ainda que pra levantar a auto-estima;
- não poder fumar em ambientes fechados à noite não tem nada a ver... quem inventou isso(???)... o cheiro de cigarro é mto melhor do que o dos perfumes (caros e baratos) e suores se misturando no ambiente;
- a proporção continua sendo de 5 mulheres (no mínimo!) para cada homem;
- cantadas 'inteligentes' da noite: "Se quiseres uma cerveja, fique a vontade...", "Não fica com ciúmes, ela é só uma amiga..."
?????????????????
Questões existenciais:
- o negócio é mesmo sair com os amigos cuja companhia baste?!
- fui ao lugar errado?!
- to fora de forma?!
- o conhecimento é mesmo uma viagem sem volta?!
- to ficando velha?!
- afinal, a sensação de inadequação é só minha?!
- 'what a fuck is this'?!